Analisaram-se quais os setores e ações individuais que têm contribuído positiva e negativamente para o fundo, bem como a estratégia de Fábio Ricelli para este ano, e ainda os últimos movimentos feitos pelo gestor na carteira.
Durante o ano passado, e graças não só à recuperação interna, mas também à aceleração do ciclo económico em todo o mundo, as bolsas de Portugal e Espanha superaram o MSCI Europe. Em 2017, o mercado espanhol também tem vindo a mostrar uma importante robustez. Até 31 de maio, os ganhos acumulados pelo índice MSCI Iberia Composite cresceram até 16,5%. Dado este mercado forte e apesar da subponderação em valores cíclicos e financeiros, o Fidelity Iberia, fundo com classificação Funds People - Blockbuster e Consistente, conseguiu superar o seu índice de referência em mais de 200 pontos base e registou uma rentabilidade absoluta de quase 20% (antes de comissões).
O setor da saúde e o industrial foram aqueles que geraram maiores contribuições em termos de rentabilidade neste período. Mais concretamente, a multinacional de healthcar Grifols foi a que mais contribuiu para os ganhos, já que tranquilizou os investidores com bons resultados e continua a aumentar fortemente os seus lucros. O valor mantém-se como uma das principais posições do fundo, pelo que Fabio Ricelli, o gestor de produto, acredita que o mercado continua a subestimar as perspetivas de crescimento e as barreiras de entrada de negócio.
No setor industrial, a maior contribuição foi da gestora aeroportuária Aena, que tem vindo a beneficiar do boom do turismo e se caracteriza por uma forte influência operacional. “Disfrutou de uns investimentos excecionalmente bem feitos durante os últimos anos e continua a ser uma posição destacada na carteira, uma vez que é um negócio atrativo com um crescimento de lucros previsível, sustentável e com uma forte geração de fluxos de caixa”, afirma Ricelii.
O principal lastro para a rentabilidade no ano foi a subponderação no setor financeiro, onde o gestor aposta nos bancos nacionais contra os maiores grupos bancários com exposição a mercados emergentes, e ao Reino Unido, como o Santander e o BBVA. Ricelli continua sobreponderando em entidades como o Sadabell e Caixabank, ao entender que representam menos riscos do que as maiores. “Não estão expostos a mercados emergentes voláteis, são mais fáceis de analisar e negoceiam com desconto contra os seus homólogos maiores”, sublinha o gestor.
A nível sectorial, Ricelli continua a orientar o investimento para os sectores de consumo e saúde, onde se encontram mais oportunidades. Mantém uma sobreponderação considerável na indústria (com a Aena como a maior posição no setor), consumo discricionário (Inditex), saúde (Grifols) e tecnologia da informação (Amadeus). Pelo contrário, estão infraponderados no setor financeiro, no energético e nos serviços públicos. Referindo-se a valores concretos, recentemente reforçou a posição na Telepizza, a maior cadeia de pizzarias com entregas ao domicílio e take-away fora dos Estados Unidos. “A entidade tem planos concretos e claros de expansão na Europa e os investidores têm sido relutantes a pagar muito após os choques do ano passado”, diz o gestor da Fidelity.