O 3.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa divulgado recentemente pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) (conduzido em 2020, antes da pandemia de Covid-19), permite concluir que apesar de alguns sinais de melhoria da propensão para investir a população portuguesa mostra ser ainda muito focada nos depósitos e com uma muito reduzida penetração de fundos de investimento e soluções privadas de reforma.
Precisamente entrando em maior detalhe nas informações relativas à reforma dos portugueses, o inquérito permite concluir, sem surpresa, que os descontos para a segurança social são a forma de financiamento da reforma mais comum.
A maioria dos entrevistados (84,5%) afirma que irá financiar a sua reforma através dos descontos para a segurança social ou outro regime contributivo obrigatório. Cerca de 24% dos entrevistados pretendem utilizar o dinheiro que pouparam, 17,6% afirmam que vão continuar a trabalhar, 15,2% indicam que irão financiar a reforma através de um plano de poupança reforma privado e 13% referem a ajuda do cônjuge ou companheiro.
Comparando com 2015, a proporção dos entrevistados que indica que irá financiar a sua reforma através dos descontos para a segurança social ou outro regime contributivo obrigatório é semelhante, mas aumentou a proporção dos que referem que irão recorrer a um plano de poupança privado (15,2% em 2020 e 11,9% em 2015) ou a um fundo de pensões constituído pela empresa onde trabalham (4,4% em 2020 e 2,9% em 2015). Aumentou também a proporção dos entrevistados que revela estar confiante com o planeamento da reforma (43,9% em 2020 e 36,9% em 2015). Todavia, aumentou igualmente a percentagem de entrevistados que não fazem qualquer planeamento (18% em 2020 e 7,6% em 2015).