De acordo com os resultados do inquérito realizado aos cinco maiores grupos bancários portugueses, a maioria espera, no caso dos particulares, "uma redução da procura de empréstimos para habitação, assim como uma diminuição menos acentuada da procura de empréstimos para consumo e outros afins", no terceiro trimestre.
Um cenário que é idêntico verificado no segundo trimestre. Segundo o inquérito de Julho, divulgado ontem, os resultados obtidos "apontam para uma diminuição da procura", que "terá sido mais acentuada no caso dos particulares, afectando ambos os segmentos de igual forma, do que no caso das empresas".
Entre os factores que mais contribuíram para a redução da procura de crédito por parte dos particulares terão estado "a diminuição da confiança dos consumidores, a deterioração das perspectivas para o mercado da habitação e a retração nas despesas de consumo de bens duradouros".
Critérios mais restritivos
No mesmo período, de acordo com o inquérito aos bancos, os critérios de concessão de empréstimos ao sector privado não financeiro "tornaram-se ligeiramente mais restritivos", o que ter-se-á feito sentir "de modo semelhante" nos critérios seguidos pelos bancos da amostra para aprovação de empréstimos tanto a empresas como a particulares.
Na base desta evolução estão, segundo indicaram os bancos, "factores determinantes" como "uma percepção menos favorável dos riscos, bem como o aumento dos seus custos de financiamento e restrições de balanço", o que se traduziu na "aplicação de condições contratuais mais exigentes", entre outras um aumento dos 'spreads' aplicados (em particular nos empréstimos de maior risco)".
No caso dos particulares, e para a aquisição de habitação, "é de destacar a maior exigência quanto ao rácio entre o valor do empréstimo e o valor da garantia", é referido no mesmo documento.
Já no caso das empresas é indicada "a redução da maturidade dos empréstimos, condições contratuais não pecuniárias (covenants) mais restritivas e o reforço das garantias exigidas". Ao longo do segundo trimestre houve também uma redução na procura de empréstimos por parte das empresas e, para o actual trimestre, "a generalidade dos bancos inquiridos não espera alterações significativas na aplicação de critérios para aprovação de empréstimos ou linhas de crédito a empresas", antevendo que a procura de empréstimos, "em termos globais, permanecerá estável".