BBVA Research estima que o crescimento trimestral do PIB se situe em 0,3%

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konceptsketcher, Flickr, Creative Commons

O último documento apresentado pelo BBVA Research, mostra que “o crescimento da economia portuguesa durante o 2T16 chegou aos 0,3% t/t, relativamente em linha com o esperado e cumprindo a expectativa de abrandamento do consumo privado e impulso das exportações”. O mesmo documento evidencia que este valor vai continuar estagnado no terceiro trimestre do ano, destacando que “esta estimativa é o resultado de indicadores de consumo e dados da exportação de bens e serviços (turismo) que continuam a mostrar dinamismo, e um investimento entravado pela incerteza”.

Consumo privado sólido

O relatório mostra, também, que o “dinamismo do consumo privado refletiu-se nas vendas a retalho que cresceram 2,6% t/t durante o 3T16, ou no indicador coincidente de consumo privado que manteve o seu crescimento interanual em 1,8% no 3T16”.

Já o “investimento continua a perder ritmo. De fato, a melhoria observada no indicador de produção industrial durante o 2T16 (+3,4% t/t), acabou por ser transitória como mostra a queda registada no 3T16 (-0,6% t/t)”, pode ler-se no documento.

A importância do turismo

O turismo é um dos sectores mais dinâmicos da economia nacional. O valor das exportações continua a sua recuperação e cresceu 1,3% no trimestre passado, face ao anterior. “A esta recuperação voltamos a somar as exportações de serviços turísticos, os quais, continuam a bater recordes após a chegada de mais de 2 milhões de turistas em julho e em agosto, este último, o mês com maior afluência de turistas desde que se regista a informação”, refere o documento assinado pelo BBVA Research.

Crescimento de 1,3% para o próximo ano

O mesmo relatório aponta que o crescimento do PIB português se situe em 1% no final de 2016 e que cresça para 1,3% no final do próximo ano. Ainda assim, trata-se apenas de uma perspectiva, já que Miguel Cardoso, Economista-Chefe do BBVA Research Espanha e Portugal, refere que existem alguns factores que podem ajudar ou não a atingir este valor.

De um lado da balança, pode pesar o impacto negativo do Brexit, nomeadamente ao “nível do peso que o Reino Unido tem em termos de exportação de serviços”, refere Miguel Cardoso. A título de exemplo, o valor das exportações de serviços para o Reino Unido, em Portugal, é de 1,4% do PIB enquanto que na média da Europa a 27 é de apenas 0,8%.

Um factor que também pesa para o crescimento de Portugal é o necessário ajuste fiscal. Neste particular, o Economista-Chefe do BBVA Research, refere que “apenas é possível analisar dados concretos, pelo que as propostas para o Orçamento do Estado são apenas propostas até serem aprovadas”. Também o ”elevado endividamento privado” pode pesar na balança para atenuar o crescimento do PIB no próximo ano.

Já do outro lado da balança, existem dois fatores que podem puxar pelo PIB português. Um deles é a continuação dos preços baixos do barril de petróleo, enquanto que o outro se resume a uma “política monetária favorável, com um crédito mais baixo”, referiu Miguel Cardoso.