Brasil aloca historicamente mais activos na categoria de obrigações

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Fernando A. Carvalho, Flickr, Creative Commons

A alocação de activos nas diversas categorias feita por entidades brasileiras apresenta, historicamente, diferenças em relação ao resto do mundo. Numa análise feita pela Associação Internacional de Fundos de Investimento e publicada no balanço anual da ANBIMA, verifica-se que, no mundo, o peso maior na distribuição do património líquido (24,8 biliões de dólares, dados do segundo trimestre de 2012) recai sobre a categoria acções enquanto que no Brasil (um bilião de dólares na mesma data) recai sobre a de obrigações.

No segundo trimestre de 2006, as acções apresentavam uma percentagem na distribuição de 49,7%, no mundo, face aos 7,2% alocados nesta classe de activos, no Brasil. Neste, à data, a categoria de obrigações liderava com 68,6%. Igualmente, a categoria de produtos balanceados/mistos apresentava, há sete anos atrás, um peso superior no Brasil comparativamente aos restantes mercados (19,6% face a 9,4%). O contrário acontecia na categoria de mercado monetário onde, no mundo, se alocava 19,3% do património líquido e, no Brasil, apenas, 1,6%.

No segundo trimestre de 2012, a tendência da alocação estava em linha com o passado, embora, se tenha assistido, no Brasil, a uma diminuição na categoria obrigações (de 68,6% em 2006 para 56,9% em 2012). No mundo, também se verificou a diminuição na categoria líder, acções, passando a estar 41,4% do património líquido quando, em 2006, estavam 49,7%.

Esta distribuição é, claramente, caracterizadora do enquadramento económico vivido no Brasil onde as taxas de juro situavam-se em níveis mais altos do que noutros mercados. Isto está na base, de, em 2012, se ter assistido a uma migração de activos para a categoria multimercados e, eventualmente, se apontar para uma maior apetência ao risco e, portante, à categoria de acções, por parte dos investidores que procuram melhores taxas de rendibilidade.