Terminados os primeiros seis meses do ano, é tempo de olhar em frente e analisar os seis meses seguintes. Estas são as perspetivas para o segundo semestre de 2018 da Crédito Agrícola Gest, num semestre onde a atuação dos Bancos Centrais continuará em posição de destaque.
Terminados os primeiros seis meses do ano, é tempo de olhar em frente e analisar os seis meses seguintes. Em entrevista à Funds People relativamente às perspetivas para o segundo semestre de 2018, a Crédito Agrícola Gest destaca que será provável "presenciar alguma moderação no ritmo de expansão das principais economias desenvolvidas. A fase mais tardia do ciclo económico, o inicio da normalização dos juros e um conjunto de incertezas que têm pairado sobre a economia global, nomeadamente a ameaça da introdução de medidas proteccionistas, poderão também condicionar o investimento e a evolução dos fluxos comerciais entre os principais blocos. As economias emergentes, em particular, permanecerão muito sensíveis à evolução das taxas de juro nos EUA".
Quanto às diferentes classes de ativos, relativamente ao segmento de obrigações, "a normalização de taxas de juro, para já apenas nos EUA, deverá continuar a condicionar a evolução dos mercados de obrigações. Com a inflação próximo dos “targets” estatutários da Reserva Federal norte-americana e do Banco Central Europeu e com o preço da energia nos mercados internacionais a cimentar expectativas inflacionistas é possível que a tendência de subida de “yields” se mantenha. Do mesmo modo, a incerteza política em Itália e Espanha poderá aumentar a volatilidade presenciada na periferia europeia". Já nas ações, revelam que "apesar da envolvente favorável de resultados empresariais, do corte de impostos nos EUA e da potencial desregulação no sector financeiro, os factores de risco avolumam-se e a volatilidade da classe tem gradualmente caminhado para padrões similares aos verificados antes do “sell off” de Fevereiro. Esta maior complacência deverá ser monitorizada de perto atendendo à maior probabilidade de novos episódios de “risk off” até final do ano".
No que diz respeito aos riscos a ter em conta, acreditam que "o risco de taxa de juro parece, no imediato, o mais relevante". Já a médio prazo, referem que "a remoção de estímulos por parte dos principais bancos centrais trará consigo os riscos de liquidez e eventualmente de mercado (ações)".
Que produtos se destacam para os próximos meses?
Na atual envolvente, permanecemos mais construtivos na classe de acções europeias, isto apesar de alguma falta de visibilidade relativamente ao EUR/USD no imediato (JPM Europe Strategic Growth p.e.). Numa lógica mais de “contrarian” as acções de mercados emergentes, que historicamente apresentam múltiplos interessantes, poderão beneficiar de uma recuperação das moedas locais (Candriam Emerging Markets). Já nas obrigações, a escolha deverá recair em produtos flexíveis nomeadamente no que toca à tomada de duração (risco de taxa de juro e de crédito).