Caixa Gestão de Ativos aumenta em 12% as comissões de gestão e de aconselhamento, geradas em 2023

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Créditos: Jeremy Bishop (Unsplash)

O ano de 2023 pode dizer-se que trouxe algum reposicionamento para a Caixa Gestão de Ativos, mas também resultados positivos. No seu mais recente relatório e contas referente a esse ano, a entidade reflete que a alteração do contexto de mercado, com a subida de taxas, permitiu que novos produtos emergissem. Apontam, sem surpresa, o aparecimento "de soluções de poupança na banca com remuneração crescente, bem como o surgimento de produtos financeiros com capital e rendimento garantido". Um movimento que, embora tenha aumentado a panóplia da oferta de escolha dos clientes, "condicionou a procura por fundos de investimento", referem.

Posto isto, a entidade escreve mesmo que principalmente no segundo semestre de 2023 existiam maiores "desafios para a retenção e colocação dos fundos de investimento". Nesse sentido, o esforço comercial da Caixa Gestão de Ativos é apresentado de forma clara: "Foi direcionado para a retenção de valores, conquista de novos clientes e alargamento da base de clientes".

Comissões sobem impulsionadas pela performance dos fundos

Em termos de resultados, o ano foi bastante positivo. O produto bancário aumentou para 34,2 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de 13% face ao período homólogo. Este aumento, indicam, "ficou a dever-se aos rendimentos de comissões de gestão e aconselhamento que totalizaram 34,6 milhões de euros, mais 12% que no ano anterior".

Como é possível verificar nas informações da tabela, as comissões dos fundos mobiliários foram das que mais cresceram, impulso dado pelo "grande aumento das comissões de performance dos fundos de investimento". A entidade recorda que "a performance genericamente positiva dos fundos de investimento mobiliários gerou comissões de performance de magnitude relevante".

Criação de fundos com maturidade definida e sucesso comercial

Uma das estratégias iniciadas em 2022, manteve-se no ano em análise: a criação de fundos de obrigações com maturidade definida e taxa indicativa. Comercializaram quatro fundos de obrigações em 2023, que captaram 368 milhões de euros.

Segundo a entidade, o canal de distribuição foi um fator de sucesso nestes produtos. "A atualização permanente da informação sobre o enquadramento macroeconómico, a visão de mercado, a formação de produto e seus benefícios, ditaram o sucesso do lançamento dos fundos de obrigações", atestam no documento.

Reportam também que no decorrer de 2023, a Caixa Gestão de Ativos criou para clientes com maior valor patrimonial, "uma oferta de curto prazo, no serviço de WM (Wealth Management), que procurou captar montantes sem oferta similar de remuneração na banca". Esta oferta, indicam, permitiu a captação de 189 milhões de euros em 2023, nos vários segmentos de clientes.

Entrada de um novo cliente na gestão discricionária

A gestão discricionária de carteiras da entidade registou um aumento significativo em 2023. Totalizou mais de 7.000 milhões de euros, um crescimento de 3.287 milhões que a entidade justifica com "a entrada da carteira de um grande cliente institucional". O valor da consultoria para investimentos, por seu turno, decresceu 235 milhões de euros. No final do ano passado, o montante sob gestão e aconselhamento na Caixa Gestão de Ativos era de 9.866 milhões de euros.

Atualização da política de Investimento Socialmente Responsável

Em 2023, a Caixa Gestão de Ativos continuou o seu caminho de posicionamento dentro do tema da sustentabilidade. A par do "reforço do programa de formação das suas equipas, em torno da temática da sustentabilidade", a entidade levou a cabo mais atividades. Nomeadamente, a atualização "da sua política de Investimento Socialmente Responsável (Política ISR)" e, por outro lado, "das políticas de Envolvimento e Política de Exercício de Direitos de Voto, no sentido de aumentar o nível de ambição e exigência considerada na gestão das carteiras".

No relatório e contas, a entidade relembra ainda que em novembro de 2023, a CMVM aprovou a alteração na política de investimento do fundo Caixa Ações Europa Socialmente Responsável, no sentido de permitir a sua categorização como artigo 9º da SFDR.