No ‘private equity’, a fase de expansão representou a maior fatia dos investimentos, enquanto no ‘venture capital’ destacaram-se as ‘start ups’.
O valor investido pelo capital de risco, por fases de entrada, teve forte aumento na recuperação, no caso do ‘private equity’, mantendo-se contudo a de expansão como a mais representativa, apesar da tendência decrescente evidenciada, revela o relatório anual da actividade de capital de risco – 2011, publicado pela CMVM.
“A fase de ‘turnaround’, ‘recovery financing’ ou ‘turnaround financing’ (capital de recuperação), capital fornecido a empresas em dificuldades quando o capitalista de risco vê uma oportunidade de a empresa vir a criar valor, teve um crescimento significativo”, de 128% em termos homólogos, refere a CMVM, com o montante envolvido a passar para quase 400 milhões de euros, face a 175,4 milhões em 2010. Neste caso, é sublinhado no relatório, “parece mais evidente que as dificuldades em obter crédito bancário tenham sido substituídas pelo papel das partes interessadas na actividade de capital de risco”.
Ainda nas fases de investimento do ‘private equity’ destaca-se o capital de risco na fase de ‘expansão’, “que representou cerca de 35,2% dos investimentos efectuados”. Contudo, “a importância desta rubrica tem vindo a diminuir desde 2009, ano em que representava cerca de 50% do total investido nas diferentes fases de entrada do capital de risco nas empresas” (foi de 39,8% em 2010).
A fase de ‘turnaround’ – mencionada anteriormente -, correspondia a 17,5% do total, sendo a terceira mais significativa a de capital de substituição, representando 10,2% do valor global investido.
No âmbito do ‘venture capital’, o relatório divulgado pela CMVM mostra que o peso do investimento em ‘start ups’ representou 11,8% do total, com o montante a ascender a 270,6 milhões de euros.
De referir que o ‘venture capital tem um peso de 14,7% no valor total investido pelo capital de risco nas empresas, contra 85,3% do ‘private equity’, o que, segundo a entidade de supervisão, “poderá ser resultado de os ‘business angels’ (quer individuais quer organizados sob forma de SGPS), não estarem registados, na sua larga maioria, na CMVM”.
Alienação à gestão ou accionistas mais relevante no desinvestimento
Relativamente ao desinvestimento, o montante decresceu 35,9% em 2011 face a 2010 e houve menos 17 transacções que no ano anterior, tendo sido, no total, concretizadas 85 operações, num montante total de 52 milhões de euros.
A estratégia de desinvestimento mais relevante, tendo em conta o número de operações, “foi a alienação das participações à equipa de gestão ou accionistas, a que se seguiu a venda a terceiros”, as quais foram envolveram montantes de 8,6 milhões de euros e 41,2 milhões de euros, respectivamente. Estas duas estratégias, salienta-se no relatório, “representaram cerca de 79,3% das operações realizadas e 95,8% do montante alienado”, havendo, em ambos os indicadores, uma descida ligeira face ao ano de 2010.
No mesmo documento, a CMVM salienta ainda que, “à semelhança do verificado nos últimos anos, o capital de risco continua a não ser utilizado para a introdução de novas empresas no mercado de capitais” e que, em 2011, o desinvestimento das participações em empresas financiadas por capital de risco, pelas gestoras portuguesas, via oferta pública inicial (IPO), “foi de novo inexistente”.