Mais um ano de Lisbon Investment Conference da Schroders, e mais um ano em que a assistência ao evento se incrementou. Em análise, Carla Bergareche olhou para algumas tendências do ano passado.
O ano que vem será de efeméride para a Lisbon Investment Conference, da Schroders, que comemorará a sua 20ª edição. Na passada terça-feira, a 19ª edição foi já um aquecimento excelente para essa data. Mais uma vez a gestora internacional quebrou os seus próprios records, e juntou em Lisboa cerca de 200 investidores, no emblemático salão nobre do Ritz. Na abertura da conferência, como habitual, esteve Carla Bergareche, diretora geral da Schroders para Portugal e Espanha, que começou por agradecer o apoio do mercado nacional no percurso da Schroders. Nesse sentido, ressaltou o “novo marco de participantes” na conferência, que “ao longo dos anos se transformou numa referência do mercado português”.
Voltando à conferência de um ano antes, Carla Bergareche lembrou aquele que era um mood bastante diferente do atual. “O ano de 2018 tinha encerrado com o pior trimestre da história, provavelmente, e não se esperava muito dos mercados para 2019. Agora, passado um ano, vemos que no final de contas 2019 foi um ano muito bom”, introduziu.
A retrospetiva estendeu-se a uma das perguntas colocadas aos presentes na sala um ano antes. “Nessa altura perguntámos qual a classe de ativos que teria a melhor performance. 80% dos presentes responderam que seriam as ações, e 23% apontaram mesmo que as ações do mercado norte-americano iriam sair-se melhor... e acertaram”, recordou.
Ter-se-á refletido nos fluxos, esse otimismo relativamente à classe de ativos? “Se olharmos para os fluxos de fundos ativos em Portugal percebemos que os inflows aconteceram maioritariamente em obrigações, com componente de distribuição de rendimento, enquanto as saídas de dinheiro se registaram em ações. Ou seja, o otimismo relativamente às ações não esteve representado nos fluxos de fundos ativos”, apontou a profissional.
No inquérito realizado este ano, a Schroders voltou a fazer a mesma questão aos presentes: “Quais os ativos que apresentarão melhores performances em 2020?” Novamente o positivismo pelas ações ficou evidente, nomeadamente pelas ações americanas (mais uma vez). Na 20ª edição da conferência perceberemos se este foi ou não um bom augúrio.
A conferência contou ainda com os insights de dois nomes já conhecidos do mercado português: Keith Wade, economista chefe da entidade e Martin Skanberg, gestor do Schroder ISF EURO Equity.
Espaço houve ainda para explorar os mercados emergentes com Tom Wilson, head of emerging markets equities ou as oportunidades nos private assets, com Georg Wunderlin, global head of private assets. A finalizar o evento foi dada a palavra a Nicholas Pont, investment diretor de fixed income e, por fim, a Belinda Gan, sustainability product manager, que falou do tema do momento: porque é que o investimento sustentável não pode ser mais ignorado.