Em entrevista à FundsPeople, José Miguel Marques, CFA, da Carregosa SGOIC, explica qual a estratégia que têm delineada para a entidade num futuro próximo.
A Carregosa SGOIC viu a luz do dia no passado dia 3 de novembro, quando chegou a desejada autorização para gerirem organismos de investimento imobiliário (OII). Um processo de quase três anos, que, como conta agora José Miguel Marques, CFA, presidente do Conselho de Administração da entidade, culminou numa entidade gestora que é maioritariamente detida pelo Banco Carregosa.
Na fase de arranque, a atividade da gestora centrar-se-á em três fundos imobiliários fechados já existentes e cujo pedido de transferência de gestão ocorreu por via “de assembleias em que os participantes desses três fundos deliberaram a mudança de entidade gestora”, estimando-se que brevemente passem para a esfera da Carregosa SGOIC.
O caminho da Carregosa SGOIC iniciar-se-á então pela gestão desses três fundos fechados, que têm como áreas de investimento o retalho alimentar, os escritórios e a logística. O alargamento da oferta, conta o administrador, está nos planos da entidade, mas, para já, mantêm o enfoque nestes primeiros veículos. Para além de continuarem a vislumbrar oportunidades de negócio nas áreas referidas, as residências sénior e a logística moderna são outros dois setores que aponta desde já como interessantes.
Desta forma, coloca de parte a hipótese de se dedicarem à constituição de fundos imobiliários abertos. “Não estimamos constituir fundos abertos. No nosso tipo de estratégia não têm lugar. Prevemos lançar fundos imobiliários temáticos, tipicamente com um número de participantes que não é demasiado alargado; isso está muito em linha com a estratégia do acionista”, revela.
Assim, a primeira fase da gestora passará pela consolidação da área de OII. Contudo, o administrador não descarta, num futuro que até apelida de “próximo”, ponderarem o alargamento da gestão para ativos mobiliários. “A transparência deste tipo de veículos é cada vez mais exigida, e acredito que essa é uma tendência que teremos gosto de acompanhar.”
Engenheiros e financeiros
A diversidade da equipa gestora é, na perspetiva do profissional, uma das grandes mais valias do projeto. “Temos uma equipa de gestão diversificada, com backgrounds muito diferentes. Os administradores executivos são engenheiros civis de formação, mas desde sempre estiveram ligados ao setor imobiliário e da construção, bem como ao setor financeiro”, suporta.
José Miguel Marques, desde sempre ligado à área financeira, admite em tom de brincadeira que ser “escravo” do Excel nesta área não é de todo o melhor método. “Sou da área financeira, mas gosto muito de ouvir todos os meus colegas a pensar sobre o que faz sentido em termos de macro estratégia, por exemplo. Aquilo que se tem verdadeiramente de fazer é uma gestão de ativos imobiliários, com tudo o que depois está associado em termos de gestão financeira”, reitera.
SICAFI
Este know-how profundo na área de imobiliário leva a entidade a vislumbrar uma aposta que também veem como chave para o negócio. A constituição de SICAFI ou a transformação de empresas em SICAFI. “Uma gestão profissional conferida por uma entidade gestora não só aliviará os clientes de uma gestão diária associada aos investimentos, como seguramente lhes pode permitir ter mais deal flow para os seus investimentos”, sublinha.
Leia na próxima edição da revista FundsPeople a entrevista ao presidente do Conselho de Administração da Carregosa SGOIC, com mais detalhes sobre a necessidade de terem constituído esta sociedade.