Carteiras das seguradoras privilegiam a liquidez em detrimento dos ativos de risco

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Mark Fischer, Flickr

Segundo informações divulgadas pela ASF no Relatório de Evolução da Atividade Seguradora referente ao último trimestre de 2018, a produção de seguro no ramo Vida em Portugal ascendeu a 7.676 milhões de euros em 2018, o que compara com os 6.624 milhões de euros do ano anteriores. Deste total, a parte referente a contratos de investimento representou, no período, 4.773 milhões de euros, o que reflete uma taxa de crescimento de 13,4% no ano.

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Os Planos Poupança Reforma (PPR) registaram, segundo a ASF, um acréscimo de 56,6% no ano o que subiu o seu peso na estrutura do ramo Vida para 45% da produção total.

Já no que se refere aos custos com sinistros, a tendência verificada foi de um acréscimo significativo em todas as rubricas de seguros de vida ligados e contratos de investimento.

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“Esta evolução é explicada pela saída de contratos de investimento, em especial os não ligados, por vencimento. De referir que, neste período, os resgates apresentaram uma diminuição de 10,8% face ao período homólogo. A taxa de resgate, medida em função do valor das provisões e passivos financeiros dos produtos resgatáveis, foi de 8%, valor inferior ao verificado em dezembro de 2017 (9,1%)”, pode ler-se no relatório.

Provisões técnicas e ativos

As provisões técnicas do sector segurador, por seu lado, viram o valor diminuir marginalmente no ano, para 43.554 milhões de euros. Contudo, as provisões afetas aos seguros de vida ligados recuaram 2,65% durante o ano, terminando o exercício em 11.844 milhões de euros.

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As provisões afetas a seguros PPR ascendiam a 17 mil milhões de euros no final de 2018, o que representa um crescimento de 13% no ano.

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Carteiras de investimento

A composição das carteiras de investimento das seguradoras evidenciam um aumento significativo do peso da liquidez, que agregando um total de 5.477 milhões de euros, é a rubrica que mais cresceu (pesava 8% no total dos ativos no final de 2017 e 11% no final de 2018). É uma tendência verificada também em vários segmentos da gestão de ativos, tais como fundos de pensões, fundos mobiliários, gestão de patrimónios e fundos imobiliários.

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O valor investido em obrigações, dívida pública, ações e imobiliário, algumas das principais rubricas, decresceu durante o ano. O valor alocado a fundos de investimento, na mesma linha que as restantes rubricas de ativos de risco, recuou 302 milhões durante o ano terminando nos 5.728 milhões de euros. Esta tendência verificou-se nos três segmentos apresentados, nomeadamente nos seguros de vida, unit-linked e fundos dos acionistas.

Já a carteira agregada dos fundos PPR evidencia um aumento do peso das obrigações corporativas, em detrimento das restantes principais rubricas de ativos de risco. Mais uma vez, a liquidez cresceu de um peso de 5% para os 9%, num incremento absoluto de mais de 830 milhões de euros.

Carteiras de investimento dos seguros PPR

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