Segundo o gestor de obrigações de curto prazo, este contexto oferece uma excelente oportunidade para que os investidores gerem retornos com potencial de rentabilidade crescente caso os riscos de recessão se reafirmem nos próximos meses.
O JPM US Short Duration é um dos fundos de obrigações de curto prazo com mais ativos no mercado ibérico. O produto, este ano com Rating FundsPeople, é gerido por Cary Fitzgerald, que aposta atualmente numa carteira diversificada em obrigações de alta qualidade com uma yield de 6,51% e uma duração de 2,01 anos, superior à que apresenta o índice de referência com que é comparado, neste caso o índice Bloomberg US Corp 1-3 Years Total Return.
“O fundo tem um posicionamento neutro no crédito em geral. Dentro desta alocação está subponderado em empresas industriais e sobreponderado em bancos globais maiores”, explica Fitzgerald à FundsPeople.
Há dois anos, o gestor reduziu significativamente o risco do fundo ao vender duração, obrigações de titularização hipotecária (MBS) e risco de crédito. Hoje em dia tem yields mais altas e spreads mais amplos, o que, a seu ver, oferece uma oportunidade atrativa para voltar a agregar exposição nos três segmentos. "Por fim, preferimos adicionar MBS de agência a níveis de spread historicamente atrativos e, ao mesmo tempo, manter um perfil de risco defensivo para o fundo", revela o gestor da estratégia.
Fitzgerald acredita que um endurecimento agressivo das políticas por parte dos bancos centrais mundiais irá enfraquecer a atividade económica e abrandar a inflação. "Os mercados financeiros celebraram a resiliência das economias até agora, mas o facto de não se estar a formar uma recessão não significa necessariamente que o crescimento se mantenha alto ou volte a acelerar", adverte.
Tal como indica, as condições de crédito continuam muito rigorosas, os custos de endividamento são elevados e espera-se que as empresas continuem cautelosas com os planos de contratação, o que, na sua opinião, deverá exercer uma pressão contínua na descida dos salários. "As yields das obrigações são as mais altas em mais de 15 anos, o que oferece uma excelente oportunidade para que os investidores gerem rendimentos com potencial de rentabilidade crescente caso os riscos de recessão se reafirmem nos próximos meses", salienta.