A entidade gestora de patrimónios bracarense aguarda autorização para iniciar a atividade de gestão de fundos.
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Num Relatório e Contas que é uma verdadeira recensão de obras de literatura financeira, a Casa de Investimentos, gestora de patrimónios bracarense, não esconde o quanto 2018 foi um desafio, mas também não deixa de salientar o quanto 2019 tem premiado os clientes que mantiveram a confiança na sua capacidade de aplicação da filosofia de investimento value. “Com ganhos modestos até final de setembro, as cotações de mercado em final do ano determinaram que este fosse o pior ano, para os nossos clientes e para nós, desde a fundação da Casa de Investimentos. Sabendo que é doloroso ver perdas — ainda que só potenciais — e o extrato de conta a ser marcado em baixo a cada mês, realçamos que as últimas semanas do ano foram extraordinariamente positivas para os nossos Clientes. Aproveitámos a forte correção dos mercados financeiros para adicionar às carteiras de investimentos alguns negócios extraordinários que aguardávamos há algum tempo e reforçámos outros já em carteira”, pode ler-se no relatório.
Nova gestora de fundos no horizonte
No ano, a entidade gestora reforçou e reorganizou a casa no sentido de dar resposta às necessidades que os projetos futuros criaram, mas também para satisfazer os desafios regulatórios. “Continuamos a aguardar que os reguladores nos permitam iniciar a gestão de fundos de investimento. O nosso objetivo é poder disponibilizar à poupança mais pequena uma filosofia de valor que privilegie o investimento em ações e que contribua para que protejam melhor as suas poupanças e acumulem riqueza a longo prazo. É nosso desejo criar uma legião de investidores em valor que desde cedo se comprometam com a poupança e investimento a longo prazo. Neste processo, dando seguimento a imposições do Banco de Portugal, a Casa de Investimentos implementou as alterações necessárias na sua estrutura operacional para corresponder em pleno ao que nos foi exigido”, destaca a Casa de Investimentos. "Em paralelo com esta medida, e com o mesmo propósito, entendeu ainda contratar externamente a consultoria jurídica especializada necessária para a revisão global das políticas internas da Casa e a sua conformação com a DMIF II e a restante regulamentação em vigor".
No campo dos desafios, é destacado o peso da gestão passiva, em que os investidores "optam por investir em produtos que não fazem qualquer seleção dos ativos e se limitam a replicar índices globais ou setoriais". Este “é outro fenómeno que tem ganho peso nos mercados financeiros. Segundo a Morningstar, a gestão passiva já representava no final de 2017 cerca de 45% do mercado norte-americano. Os fundos assim geridos entram e saem no mercado puramente em função dos fluxos de liquidez dos seus investidores. Além do impacto que têm no mercado como um todo, afetam substancialmente os preços em setores ou temas específicos”.
Atividade em 2018
“No decorrer dos últimos 8 anos, este foi o único em que registamos um declínio dos ativos sob gestão, fruto da rentabilidade negativa do ano. Com certeza que esta não foi a evolução desejada, embora estejamos cientes de que faz parte do nosso negócio. O fator mais relevante a destacar foi o facto de o decréscimo ter sido inferior à rentabilidade do ano, evidenciando o facto de termos registado entradas líquidas de novas poupanças para gestão”, destacam da Casa de Investimentos", referem da entidade gestora.
As comissões de gestão no exercício atingiram os 693 mil euros, registando uma queda de cerca de 20% face ao ano anterior. “Esta queda resultou da diminuição das comissões fixas, por força da diminuição dos ativos sob gestão e da diminuição da prestação de serviços de consultoria e pelo facto de não termos ganho comissão de performance”. Já do lado dos custos gerais e administrativos, estes diminuíram cerca de 22%. “Os custos do ano anterior foram anormalmente elevados, fruto da conferência O Triunfo dos Otimistas e a compra dos direitos de dois livros da Wiley: O Livro do Investimento em Valor, relançado no ano passado e O Livro de Investimento Comportamental, que será lançado durante 2019”, destacam. Os resultados líquidos recuaram cerca de 63%, para 71,5 mil euros.