Após ter sofrido os efeitos de um final de 2018 conturbado, a entidade gestora bracarense recuperou terreno no ano passado, registando máximos históricos de rentabilidade e ativos sob gestão. O ano trouxe consigo também a tão aguardada autorização para o exercício de gestão de fundos mobiliários.
Desde a sua criação que a Casa de Investimentos não esconde as suas influências. A filosofia de investimento, claramente ancorada na escola do value investing de Buffett e afins, reflete-se no processo de seleção de títulos, composição de carteiras e postura face aos eventos de mercado, mas também na forma de comunicar com os seus clientes. O recém-publicado Relatório e Contas de 2019 em muito se assemelha às famosas cartas anuais do “Oráculo do Omaha”, tanto em forma como em conteúdo.
Porém, no ano passado, as parecenças com o mítico investidor não se ficaram somente pela filosofia e pela comunicação, estendendo-se também aos resultados conseguidos pela entidade gestora. “Após um ano de queda de rentabilidades, 2019 culminou num ano em que as carteiras da Casa de Investimentos registaram a maior valorização anual, ficando-se em 28,95%”, pode ler-se no relatório. Tal como referido, este registo histórico vem no seguimento de um abanão abrupto nos mercados no último trimestre de 2018, mas que em nada abalou as convicções da entidade, e até acabou por revelar todo um conjunto de oportunidades. “Seguimos atentamente a evolução dos nossos negócios e concluímos que nada justificava uma queda daquela magnitude; por outro lado, observávamos negócios excecionais a transacionar a preços materialmente abaixo do seu valor intrínseco. Por isso, entre final de 2018 e inícios de 2019, fizemos o que nos é imposto: reforçar o investimento em negócios que ficaram mais baratos e introduzir negócios excecionais”.
Um ano (em) cheio
Contudo, os marcos do ano não se ficaram apenas pelo nível histórico de rentabilidade conseguida. Também os ativos sob gestão registaram um incremento notável de 47,2%, totalizando 131,8 milhões de euros no final de 2019, motivado não só pela valorização conseguida como também pela entrada líquida de novos ativos. No âmbito do comissionamento, as comissões de gestão cobradas ficaram nos 1,7 milhões de euros, uma subida de 148% face a 2018, que resultou da possibilidade de cobrança de comissões de performance, explicam no documento. O conjunto desta expansão de receitas proporcionou um aumento do resultado líquido para os 793 mil euros, um valor 11 vezes superior ao conseguido no período homólogo.
O ano de 2019 também trouxe uma agradável notícia para a Casa de Investimentos: o concedimento por parte da CMVM da tão aguardada autorização para o exercício de gestão de organismos de investimento coletivo e alternativo em valores mobiliários. Nas palavras da entidade “esta autorização marca uma evolução crucial num processo que leva já vários anos, em que a Casa de Investimentos fortaleceu a sua estrutura e operação com o objetivo de poder expandir os seus serviços à pequena poupança”. A entidade liderada por Emília Vieira prepara-se agora para entrar na última fase desse processo, “que visa o lançamento de um fundo de investimento acessível a todos, que refletirá a filosofia de investimento e implementação da mesma que temos vindo a advogar desde a fundação da Casa”.
Por fim, a entidade deixa uma última nota de agradecimento aos seus clientes, reiterando o alinhamento dos seus interesses em paralelo com os dos seus clientes. “O ano de 2019 foi excecional para os nossos clientes e para a Casa de Investimentos. O alinhamento de interesses está intrinsecamente construído no nosso modelo de negócio e procuramos que esta seja sempre uma parceria rentável para ambas as partes. Aos nossos clientes agradecimentos a confiança, a paciência em aguardar pelos resultados e a crença na nossa capacidade de proteger o seu património financeiro e contribuir para a segurança das suas famílias”.
Pode consultar o Relatório e Contas na íntegra aqui.