Além da escolha clara de investir em ações, a filosofia de investimento em valor que a Casa de Investimentos segue e a sua orientação para o longo prazo, são as características diferenciadoras do seu método de gestão de carteiras.
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1 - Como é que o vosso método de gestão de carteiras se diferencia dos demais?
O que diferencia a Casa de Investimentos é a filosofia de investimento em valor que seguimos, a orientação para o longo prazo e a escolha clara de investir na classe de ativos que melhor remunera o capital, as ações.
O objetivo de qualquer investidor deve ser preservar o capital e conseguir ganhos de poder de compra a longo prazo. Para o conseguir e investir com risco limitado, é fundamental aplicar uma parte significativa do património financeiro em ações de empresas com excelentes fundamentos económicos, geridas por gestores capazes e honestos e comprá-las a desconto do seu valor intrínseco. Este método está muito testado pelo tempo e, por isso, é o que fazemos para os nossos Clientes e com o nosso dinheiro.
Para nós, o investimento em ações não é mais do que a compra de fatias de negócios que nos dão direito aos lucros que as empresas vão ganhar no futuro. O nosso trabalho é explicar isto aos nossos Clientes e tornar claro que são donos de empresas e que estas não são papel para trocar de mãos. Mais do que ser dono de uma carteira de títulos, os nossos Clientes são donos de negócios que vendem os seus produtos e serviços em todo o mundo, consolidam os seus balanços em muitas moedas e conseguem captar as dinâmicas de crescimento da economia mundial. Esta parece uma distinção ténue, mas consideramo-la fundamental: é dela que nascem a compreensão de que estes investimentos devem ser feitos a longo prazo e os fundamentos que os tornam muito mais seguros.
O que isto quer dizer é que consideramos que o valor de um negócio se resume ao dinheiro que ele será capaz de gerar, após serem pagas todas as despesas operacionais e feitos os investimentos necessários. Esta é uma ideia poderosa, ainda que simples, que a grande maioria dos intervenientes nesta indústria parecem relegar para segundo plano. O valor intrínseco destes negócios é uma espécie de estrela polar que torna objetivas as nossas decisões: comprar apenas quando as cotações no mercado estão baratas e vender quando atingem o valor justo ou ficam caras. Por isso, o mais importante é o VALOR. Curiosamente, o mercado está cheio de gente que sabe o preço de tudo e não sabe o valor de nada.
A estimativa do valor intrínseco da empresa ajuda-nos a definir o preço que estamos dispostos a pagar por ela. E aqui reside outra das pedras basilares do nosso processo de investimento: exigimos sempre uma margem de segurança (por norma, 30% a 40%) entre o preço a que compramos e o valor que estimamos para o negócio. Esta margem de segurança reduz o risco de investimento e potencia a sua rentabilidade. Para o conseguirmos fazer, temos de ser disciplinados, pacientes e consistentes – talvez o maior desafio para a grande maioria dos que atuam no mercado. A experiência e competência da nossa equipa e a orientação para criar riqueza para os nossos Clientes, são determinantes para os resultados que temos alcançado.
Conhecer as empresas do ponto de vista fundamental, levando a cabo um estudo detalhado do modelo de negócio, do seu método operacional, envolvente setorial e concorrencial, perfil de rentabilidades, equipa de gestão e o seu histórico a criar riqueza para os acionistas, é essencial no nosso trabalho. Para cada ação que detenham nas suas carteira, os nossos clientes são capazes de perceber em que tipo de negócio é que estão investidos e por que é que os consideramos um bom investimento. Conseguimos isto através de comunicações frequentes e estando sempre disponíveis para reuniões de esclarecimento, em que participam os analistas que acompanham o negócio.
A Casa de investimentos tem um compromisso forte com a literacia financeira e a divulgação de conhecimento, sustentado através da publicação de livros e artigos que escrevemos na imprensa e pela organização e participação em palestras, conferências ou ainda nas apresentações que fazemos a potenciais clientes. O resultado deste esforço é excelente. Os investidores, quando devidamente informados, conseguem tomar decisões ponderadas e no seu melhor interesse. Gostamos de contribuir para que sejam donos do seu próprio destino, para que possam gerir a sua vida com margem de segurança.
Resumindo, entendemos o investimento de uma forma muito simples: compramos a pessimistas para vender a otimistas. Gostamos de ideias simples, testadas pelo tempo e bem sucedidas. Rejeitamos a complexidade que abunda neste setor e que não acrescenta qualquer valor, pelo contrário, adiciona custos. O nosso trabalho é selecionar para a carteira dos Clientes um portfolio de 28 a 30 negócios excecionais - dos quais são donos e temos um conhecimento profundo - que lhes permitirão proteger e fazer crescer as suas poupanças. O nosso foco será sempre proteger e valorizar o património financeiro dos nossos Clientes, fazendo-o de forma transparente e com risco limitado.
2 - Como é que MiFID II se reflete no vosso trabalho e que mudanças implementaram por via da regulação?
O MiFID II veio, em muitos aspetos, ao encontro do que nós já fazíamos. A Casa de Investimentos procura sempre salvaguardar o interesse dos seus clientes e atuar com total transparência. Não recebemos retrocessões ou incentivos de intermediários financeiros com quem nos relacionamos e procuramos minimizar os custos cobrados aos nossos clientes pelas instituições com quem trabalhamos. Não pagamos o research que recebemos com comissões de corretagem. Desde sempre suportamos esses custos. Ou seja, em termos de princípios e atuação, não nos sentimos minimamente forçados a alterar a nossa maneira de trabalhar.
A maior exigência que verificamos na diretiva comunitária é o aumento da documentação a fornecer aos reguladores, clientes e ao público em geral. E aí, provavelmente, tem-se caminhado numa direção exagerada nos últimos anos. A burocracia deve ajudar a proteger os investidores de fraudes, abusos ou excessos e espero que pelo menos traga esses ganhos. No entanto, também cria um custo e uma exigência que é mais onerosa para as instituições mais pequenas. A sobrecarga que tem havido nos últimos anos, não só no MIFID, mas ao nível de outras áreas, traduzir-se-á em mais custos para o cliente final e em estruturas mais pesadas. A história recente documenta bem os graves problemas de grandes instituições financeiras, quer ao nível da segurança quer de conflitos de interesse pela vastíssima clientela que serve.
É fundamental garantir que empresas mais pequenas possam concorrer com as grandes instituições, permitindo oferecer alternativas aos investidores, nomeadamente através de uma visão de longo prazo e de uma filosofia de valor que as grandes instituições nunca conseguiram ter e não conseguem alterar. Infelizmente, o governo da maioria das grandes instituições é feito com o foco no curtíssimo prazo, que tanto prejudica os investidores.