Cenário adverso desafia gestão de fundos no primeiro trimestre

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fotofunk1~~in&out of here~will catch up, Flickr, Creative Commons

Os primeiros três meses do ano mostram que, por um lado, a perda de rendibilidade dos fundos de obrigações, no Brasil, impulsiona os resgates e, possivelmente, a migração de recursos de curto prazo para outras categorias, assim como a procura por maiores retornos parece favorecer as aplicações de maior prazo e risco, conclui a ANBIMA no boletim de fundos de investimento recém-publicado.

Os principais indicadores da classe de obrigações (renda fixa) e acções voltaram a registar rendibilidade negativa em Março, levando o Índice ANBIMA Geral (IMA-Geral) e o Ibovespa a recuarem 0,49% e 7,55% no primeiro trimestre, respectivamente.

Neste cenário, os fundos renda fixa índices, destaque de rendibilidade em 2012, registam uma queda de 0,91% em Março, e de 0,85%,em 2013, influenciados pelo recuo do IMA-B ('benchmark' de títulos públicos vinculados à inflação) em ambos os períodos.

Todavia, estes fundos ainda apresentam o maior retorno acumulado nos últimos 12 meses, de acordo com informação da ANBIMA. Embora a maior rendibilidade da indústria em Março tenha sido registada pelos Fundos Cambiais (2,26%), os Fundos ‘Long and Short’ voltaram a ser destaque no mês, acumulando, assim, os maiores retornos no ano.

Entre os fundos de acções abertos à captação, apenas as categorias acções sectoriais e os que utilizam o índice Brasil 100 (IBrX) como referência registaram resultados positivos no terceiro mês do ano. Perante o recuo do Ibovespa em 2013, a categoria dos fundos acções livre, com uma subida de 0,51%, é a única dentro dos fundos de acções que se mantém em terreno positivo.

A captação líquida em Março, de 8,3 mil milhões de reais, foi repartida entre as principais categorias da indústria. A excepção foi a categoria de obrigações (renda fixa) que registou um resgate líquido, influenciada, sobretudo, pela saída de recursos dos fundos renda fixa índices. Apesar do cenário adverso, a captação líquida acumulada no ano, de 67,9 mil milhões de reais, é a segunda maior para o período de acordo com a série de dados analisados pela ANBIMA, iniciada em 2002.