Cenário base do resultado das eleições para o Congresso e Senado nos EUA

EUA
Créditos: Aaron Burden (Unsplash)

A apenas um mês das eleições intercalares  nos Estados Unidos, Libby Cantril, diretora de Políticas Públicas da PIMCO, analisou o que está em jogo tanto na Câmara dos Representantes, como no Senado.

Cenário base para a Câmara dos Representantes

Tal como recorda a especialista, há 435 lugares na Câmara dos Representantes e todos estão sujeitos a eleições. Os democratas entram em novembro com uma maioria de apenas cinco lugares, o que significa uma margem de erro muito pequena. Com cada lugar em jogo, a Câmara é considerada uma eleição nacional, mais indicativa do estado do ânimo nacional e, normalmente, um referendo sobre o partido no poder. “O caso base é que os republicanos ganhem a Câmara, mas por um número de lugares menor do que parecia possível há alguns meses”, explica Cantrill.

As estimativas do cenário base antecipam que os republicanos ganhem entre 10 e 20 lugares (em comparação com os 20-30 no início do verão), deixando-os com uma maioria bastante pequena, o que pode dificultar coisas mais rotineiras como o financiamento do governo e o aumento do teto da dívida. “No entanto, uma vitória é uma vitória, pelo que, na perspetiva dos mercados, uma maioria republicana na Câmara, independentemente do tamanho, significará que a agenda legislativa de Biden será congelada, embora se possa chegar a algum compromisso em coisas como a criptografia e a segurança energética”.

Cenário base para o Senado

O Senado é muito diferente da Câmara dos Representantes, com apenas um terço dos 100 lugares do Senado em jogo, e os democratas defendem menos lugares (14) que os republicanos (20). As eleições do Senado tendem a ser muito mais condicionadas pelos candidatos, e até mesmo por questões como a angariação de fundos. Dependem também das idiossincrasias de cada estado. Atualmente, a Câmara está dividida em 50%. É o voto da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, que estabelece a balança a favor dos democratas em caso de empate.

Os democratas têm das mais estreitas maiorias e precisam de se agarrar a cada lugar do Senado para manter a sua maioria. O controlo do Senado reduzir-se-à a praticamente um conjunto de disputas, mas há quatro, em particular, que provavelmente irão ditar o controlo da Câmara. Entre eles, a diretora de Políticas Públicas da PIMCO assinala a Georgia (atualmente democrata), Nevada (democrata), Pensilvânia (republicano) e Wisconsin (republicano).

“O resultado no Senado é um cara ou coroa, embora as probabilidades favoreçam ligeiramente os democratas para manter o controlo. Se os democratas ganharem, a maioria continuará a ser muito estreita - uma boa noite só faria com que a sua maioria fosse 52-48. Para os republicanos a história seria a mesma, uma boa noite iria resultar numa maioria igualmente estreita”, indica. Na sua opinião, um Senado republicano seria um desafio para o presidente Biden. “Os republicanos iriam controlar a agenda e poderiam tornar muito mais difícil para Biden a nomeação dos seus candidatos judiciais e administrativos”.