No Relatório Anual Sobre os Mercados de Valores Mobiliários a CMVM apresenta os resultados e conclusões sobre os cálculos de diversos indicadores de liquidez relativamente ao mercado nacional.
Para melhor compreender a evolução da liquidez no mercado acionista em Portugal, a CMVM calculou as médias mensais dos indicadores bid-ask spread, indicador Amihud, valor das transações e velocidade de circulação do capital para os quinze títulos com maior capitalização bolsista. Os resultados e os comentários foram disponibilizados no Relatório Anual Sobre os Mercados de Valores Mobiliários de 2017.
A entidade supervisora dos mercados concluiu que estes indicadores apresentam trajetórias distintas: “Enquanto o bid-ask spread caiu acentuadamente nos dois últimos anos, o indicador de Amihud (que mede o impacto no preço) conheceu uma evolução ascendente na última década”. Quer isto dizer que “existiu um incremento da liquidez associada a pequenas transações (isto é, executadas ao best bid-offer) mas a profundidade do mercado parece ter diminuído e, em consequência, transações que não sejam executadas ao best bid-offer têm associados maiores custos de transação”.
Segundo a CMVM explicita no relatório, “os últimos anos foram também marcados pela deterioração da atividade bolsista no mercado secundário dos títulos com maior capitalização acionista, que resulta sobretudo de um efeito composição. Assim, ocorreu a perda da qualidade de sociedade aberta de algumas empresas com dimensão relevante no mercado de capitais português (entre as quais a Brisa e a Cimpor) e outras empresas relevantes viram o seu free float significativamente reduzido (Sonaecom, Pharol, Luz Saúde e, mais recentemente, o Banco BPI). Essas saídas não foram compensadas com a entrada de empresas de dimensão (e/ou free oat) similar”.