Como foram os resgates nas plataformas em julho?

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Jexweberfotos, Flickr Creative Commons

No mês passado houve uma clara acalmia nos mercados financeiros, depois de os meses interiores terem sido pautados pela volatilidade. Do BiG, Best e ActivoBank, dão algumas justificações sobre os motivos que fizeram com que os seus clientes optassem por resgatar alguns dos seus investimentos.

João Graça, do ActivoBank, destaca alguns acontecimentos que marcaram o mês, tais como a “incerteza política na Áustria, o golpe de estado falhado na Turquia e também os Processos de Défice Excessivo contra Portugal e Espanha que levantou novamente o tema da austeridade”. Ainda assim, foi o tema Brexit que dominou os resgates, em jeito de continuação do que aconteceu no final do primeiro semestre do ano. “O mês de julho, em grande parte, foi uma continuação do final do mês de junho, assistindo-se maioritariamente a resgates de fundos em que a exposição ao Reino Unido é significativa, caso do MSS European Property que tem cerca de 42% de exposição ao mercado imobiliário britânico”, realçou o profissional do ActivoBank.

No caso do BiG, Isabel Soares, gestora de produto, houve uma melhoria de sentimento no mês passado “e os movimentos de recuperação a que assistimos na generalidade dos mercados (por contraste com o mês de Junho onde, na sequência do Brexit, se verificou uma acentuada deterioração nos indicadores de sentimento e fortes movimentos de sell off), registaram-se algumas alterações no que diz respeito aos fundos mais resgatados”.

A profissional revela que muitos dos investidores que tinham reposicionado a sua carteira em junho para tirar partido da volatilidade, “acabaram por reduzir essa exposição em julho passando a favorecer estratégias mais direcionais (o objectivo seria tirar partido de uma eventual valorização nos mercados – que acabou por se verificar).” Houve também muitas realocações dos investidores “ao nível de entidades gestoras (com os investidores a manterem os seus posicionamentos ao nível de classe de activos ou áreas geográficas mas alterando os fundos em carteira)”, conclui.

Enquanto isso, Pedro Barros, da Direção de Investimentos do Banco Best, destaca a diminuição da volatilidade existente, dando como justificação o facto da "categoria de fundos mais resgatada ter sido claramente a de fundos de mercado monetário em euros.”