O Relatório de Evolução da Atividade Seguradora relativo ao terceiro trimestre de 2019 permite observar que o montante total das carteiras de investimento das entidades seguradoras em Portugal ascendia, em setembro de 2019, aos 53,75 mil milhões de euros, dos quais os ativos afetos a seguros PPR atingiam os 19,59 mil milhões de euros. Os dados da ASF mostram que os primeiros registam uma variação de 6,9% no ano, enquanto os segundos cresceram 13,1% no mesmo período. Falamos em termos absolutos de um crescimento de quase 3,5 mil milhões de euros nas carteiras de investimento das seguradoras, quando 2,27 mil milhões de euros tiveram a sua origem nas carteiras afetas aos seguros PPR.
No que se refere à composição das carteiras observamos que se verificou um crescimento do montante em praticamente todas as rubricas principais, à exceção da rubrica de numerário e depósitos que sofreu uma quebra superior a 400 milhões de euros e viu o seu peso reduzido de 11% para 9%. Com aumentos de ponderação mais relevantes, surge a rubrica de investimento direto em obrigações de dívida pública, cujo montante investido cresceu mais de 1,8 mil milhões de euros, e os fundos de investimento que adicionaram quase mil milhões de euros à rubrica e passaram a pesar 12% no total da carteira (de 11% no final de 2018). A variação positiva na alocação a estes veículos de investimento verificou-se de forma pronunciada tanto nos ativos relativos a seguros de vida ligados como a ativos afetos ao negócio não vida.
Na análise específica das carteiras afetas a seguros PPR, no entanto, são as obrigações de entidades privadas que verificam o maior crescimento de ponderação na carteira - de 29% para 32% - muito embora a dívida pública também tenha verificado um crescimento ao nível do peso no total das carteiras - de 53% para 54%.
Vemos também que a quebra na rubrica de numerário e depósitos, verificada na globalidade das carteiras das seguradoras é completamente justificada pela quebra verificada nas carteiras de investimento dos seguros PPR, que atingiu os -488 milhões de variação no ano. Esta rubrica passou de pesar 9% nas carteiras para 6%.