Cresce a responsabilidade sobre os gestores de ativos para contribuir para um futuro mais sustentável

ESG Clean energy verde sustentável

Os dados do Schroders Global Investor Study de 2021 mostram que, em Portugal, 52% dos investidores sentiram que as questões sociais e 48%, que as questões ambientais, são mais ou muito mais importantes do que antes da pandemia. 

Já para 60% dos inquiridos em Portugal, os dados e/ou evidências que mostrem que “investir de forma sustentável produz melhores resultados”, incentivarão a aumentar os seus investimentos sustentáveis, em comparação com 53% dos investidores, a nível global. 

A nível mundial, mais de 40% dos investidores afirmaram que a elaboração de relatórios regulares onde esteja patente o impacto dos seus investimentos, iria motivá-los a aumentar os seus investimentos sustentáveis. Também 36%, gostaria de ver alguma forma de “auto-certificação assegurada pelo seu gestor de investimentos”, mostrando que os seus investimentos são sustentáveis.

A maioria dos investidores, a nível mundial, revela estar à vontade com a perspetiva de “abraçar a sustentabilidade”, com 57% a afirmar sentirem-se positivos quanto à mudança para uma carteira de investimentos inteiramente sustentável “desde que mantivesse o mesmo nível de risco e diversificação”. Este número é mais elevado entre os mais jovens (60%) e mais forte do que a média global em Portugal, com 60% dos inquiridos em território nacional a apontar a transição para uma carteira totalmente sustentável, e 67% se considerarmos os investidores da geração GenZ (18-22 anos de idade).

Sobre quem recai a responsabilidade?

Em geral, o estudo da Schroders permite perceber que os investidores esperam, cada vez mais, que sejam tomadas medidas globais para fazer face às alterações climáticas. 

Em Portugal, 83% dos inquiridos concordou que esta responsabilidade deveria recair sobre os governos e reguladores nacionais (contra 74% a nível global), enquanto que 74% atribuíram a responsabilidade às empresas e organizações intergovernamentais, como a ONU, no combate ao tema das alterações climáticas, por comparação aos 68% registados a nível global. 

O papel crescente dos gestores de ativos

Segundo o Schroders Global Investor Study 2021 a maior mudança de sentimento registada nos últimos quatro anos diz respeito à expectativa em torno do papel crescente dos gestores de ativos como responsáveis pelo combate ou mitigação das alterações climáticas. Enquanto a nível mundial, 53% dos investidores acreditam que os gestores de investimentos e os principais acionistas são responsáveis pela mitigação das alterações climáticas - um aumento substancial em relação aos 46% registados em 2020 -  em Portugal, este número atinge os 56% - dos 49% em 2020. “Ao mesmo tempo, apesar deste maior perfil dos gestores de ativos, há ainda claramente mais a fazer para demonstrar aos investidores que um enfoque sustentável não tem de comprometer os retornos. De facto, vemos a criação de valor sustentável como algo que está intrinsecamente ligado a uma gestão bem-sucedida dos desafios sociais e ambientais,” comenta sobre o tema, Carla Bergareche, diretora-geral da Schroders para Portugal e Espanha.

Já no que toca o tema da desigualdade, 79% dos inquiridos portugueses assumem que a principal responsabilidade de reduzir a desigualdade recai sobre o governo e reguladores nacionais, e 75% acreditam que são as organizações intergovernamentais que desempenham um papel importante a este nível. A nível global, 73% dos investidores referiram o governo e reguladores, seguidos pelas organizações intergovernamentais (68%). 

As controvérsias e os investimentos

Por fim, o estudo também auscultou sobre que controvérsias levariam as pessoas a retirar-se dos investimentos. Ficou patente que 69% dos portugueses inquiridos distanciar-se-iam “provavelmente ou definitivamente”, de um investimento em empresas associadas a um escândalo financeiro ou contabilístico. Este número é superior à percentagem de pessoas que indicaram que o fariam no caso de empresas associadas a um escândalo de direitos humanos (66%), e aos 65% que o disseram que o fariam quando envolvidas num processo de violação da privacidade dos dados.