Cresce o número de mulheres CEO nas empresas cotadas: já representam 20% do total

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Tim Mossholder - Unsplash

O MSCI publicou recentemente o seu relatório anual Women on Boards no qual analisa o número de mulheres CEO que há nas empresas que fazem parte de alguns índices de bolsa mais conhecidos, e, sobretudo, como está a evoluir a presença feminina nos conselhos.

A julgar pelos dados, essa evolução ainda é positiva, embora "lenta", segundo referem, uma vez que atualmente estimam a existência de 20% da percentagem de mulheres nos conselhos das empresas MSCI ACWI, o que implica um aumento de 2,1 pontos percentuais em relação a 2018. Porém, a evolução dos CFOs e CEOs é menor, uma vez que apenas 14,4% dos CFOs e apenas 3,8% dos CEOs globalmente são mulheres. Se essa evolução se mantiver nos próximos anos, estimam que não será até 2044 quando metade dos cargos de direção nas empresas forem ocupados por mulheres.

O estudo também analisa as diferenças existentes por região e também por setor. No que diz respeito às regiões, há uma maior presença feminina nos conselhos de empresas americanas, cuja percentagem sobre o total é o dobro, por exemplo, das empresas que fazem parte do MSCI EM, apesar do impulso feminino que tem sido dado em países como o Brasil, uma vez que as empresas com todos os membros do Conselho masculino passaram para 29% em comparação com os 47% de há apenas um ano.

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Quanto aos sectores, destaca-se o forte aumento observado num dos sectores em que historicamente há menor presença feminina nas posições de aconselhamento. Trata-se das tecnologias da informação. Atualmente, a percentagem de mulheres nos conselhos a nível mundial é de 18% e, embora o número esteja abaixo da média, representa um forte aumento em relação aos 14,8% de 2018.

Não obstante, apesar do aumento registado, a tecnologia permanece no fim de um ranking liderado por setores como a saúde e as finanças, onde 22,5% e 21,6% dos membros do conselho são mulheres.

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No entanto, o relatório destaca que muitos dos cargos de CEO geralmente recaem muitas vezes em poucos nomes, um fenómeno que definem como "overboarding" e que é muito mais frequente no caso feminino do que no masculino. As suas autoras, Olga Emelianova e Christina Milhomem, incidem neste ponto, porque “embora a maioria das diretoras (78%) não se considere sobrecarregada, mesmo que esteja em apenas um ou três conselhos, há uma maioria de mulheres em três ou mais conselhos (22%) do que os homens (12%). Essa descoberta pode implicar que, apesar da ampla disponibilidade de profissionais educadas e experientes, algumas empresas continuaram a confiar num grupo limitado de candidatos”, afirmam.