Criada há quase 15 anos, a Amundi cobre o mercado português precisamente desde essa altura e a sua ambição é continuar a estar próximo dos clientes deste mercado, que, segundo a responsável pelo Mercado Português e Clientes Institucionais, é “chave e natural”.
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O mercado português é coberto pela Amundi desde da sua criação, há quase 15 anos, e até mesmo antes disso, através da Crédit Agricole Asset Management e da Société Générale Asset Management. Desta forma, Cristina Carvalho, responsável pelo Mercado Português e Clientes Institucionais na Amundi Iberia, considera que o mercado nacional sempre foi um mercado “chave e natural”.
A ambição da entidade é “continuar a acompanhar e a estar próximo dos clientes portugueses”, colocando à disposição destes investidores todos os recursos da Amundi. Para oferecer um serviço melhor e mais personalizado, procuram adaptar-se a cada perfil de cliente, “sejam eles distribuidores, clientes institucionais, seguradoras, corporates, etc”, esclarece.
Profissionais nacionais: técnicos e diversificados
Durante todos estes anos, tem assistido à evolução e profissionalização do mercado português e dos intervenientes. “Apesar de ser um mercado mais concentrado do que o espanhol”, afirma a profissional, “sempre se destacou pelo seu profissionalismo e por ter equipas multidisciplinares muito bem informadas e abertas a conhecer estratégias disponíveis a nível global”.
Como tal, Cristina Carvalho descreve o mercado português como sendo “muito técnico”, com grandes profissionais do setor financeiro, “muito bem preparados”. Em termos de carteiras, observam uma maior diversificação no que diz respeito aos provedores, “o que demonstra e realça o excelente trabalho realizado pelas equipas de análise e seleção de fundos”, afirma a profissional.
Porém, o atual contexto, cheio de incertezas, traz consigo alguns desafios e exigências. A profissional destaca, em primeiro lugar, os desafios estruturais, “como os avanços tecnológicos, a regulamentação, a personalização dos serviços ou a pressão sobre os custos”. No entanto, na Amundi, acreditam que todos estes desafios também representam oportunidades: “Estamos confiantes de que esta indústria profissional e de vanguarda será capaz de se adaptar e sair mais forte, tanto em termos de melhoria da qualidade do serviço como de crescimento do negócio”.
Fidelização do cliente: cada vez mais desafiante
A regulamentação, acima mencionada, também representa um desafio para a entidade, uma vez que ainda há “incertezas quanto à versão final da Estratégia de Investimento de Retalho e ao seu calendário de implementação”. Acredita, contudo, que esta pode acelerar algumas tendências que já se observam no mercado de wealth management: a pressão sobre os preços e os custos, a necessidade de ter uma oferta diferenciada e a urgência de acelerar a digitalização, juntamente com a melhoria das competências dos banqueiros e corretores.
“Estes desafios”, afirma Cristina Carvalho, “estão ligados à integração de novas capacidades tecnológicas que permitirão uma maior eficiência e escalabilidade”. Entre eles, destaca o surgimento da inteligência artificial, que com todo o seu potencial irá desempenhar “um papel transformador” nos próximos anos, fornecendo novas ferramentas para ajudar gestores, analistas e consultores. Neste contexto, a profissional da Amundi considera que a fidelização de clientes num mundo “cada vez mais complexo e competitivo” é mais um desafio para o setor.
Os produtos preferidos pelos selecionadores portugueses
Olhando agora para os produtos que os selecionadores portugueses mais têm procurado, Cristina Carvalho explica que num ambiente mais inflacionista e após o período de fortes subidas de taxas, continua a assistir à procura de soluções monetárias e de obrigações ultra curto prazo, explicando que isto se deve “às atrativas yields, à diversificação e ao perfil de retorno/risco que oferecem”. Acrescenta ainda que “com prazos de vencimento mais longos, o ambiente de taxas de juro elevadas também favoreceu as soluções buy & hold com ou sem cupões”.
Em contraste com estas soluções mais conservadoras, observam também o interesse de alguns perfis de clientes em investimentos alternativos, “sem esquecer”, afirma a profissional, “o papel desempenhado pelas ações a longo prazo, como vimos com a recente revalorização dos índices de ações”. Assim, nesta classe de ativos, detetam interesse em ações americanas, “com foco em empresas de qualidade que investem para crescer”, em ações globais flexíveis “para se adaptarem a diferentes ciclos económicos”, bem como em soluções de income, tanto globais como europeias.
De fora da conversa não fica o ESG. Segundo Cristina Carvalho, o investimento responsável foi sempre “um tema central”, não só por exigência regulamentar, mas também por convicção. “Os nossos clientes, também em Portugal, reconhecem a Amundi como um ator experiente e podem contar connosco para pensar, implementar e investir em soluções sustentáveis”.