Fundada em 2008 a LBV Asset Management é uma gestora de estratégias alternativas que se foca em equity long/short. Apesar de estar sedeada em Londres e ser regulada pela FCA, o cunho português da entidade reflete-se no seu próprio ADN. Com escritório também no Porto, a entidade nasceu pelas mãos do português Emmanuel de Figueiredo (à direita na foto), atual CIO da empresa, fazendo também parte da equipa Pedro Baldaia (à esquerda na foto), nas funções de fund manager.
À Funds People Portugal, Pedro Baldaia explicou precisamente que no mercado português – onde operam ao abrigo do passaporte emitido pela FCA – têm o que apelidam de “um posicionamento de nicho”, com o objetivo de ter “um produto especializado para investidores sofisticados”. A grande especialização da LBV Asset Management ganha forma no mercado de ações, “com uma estratégia destinada a oferecer retornos atrativos no longo prazo, especialmente no contexto de um mundo de taxa de juro zero, sem perder de vista o objectivo de preservação de capital”. Apesar do montante mínimo de investimento ser elevado, a “base de clientes limitada permite ter um contacto direto e muito próximo com o cliente”, sendo feita uma atualização detalhada da estratégia e dos investimentos seguidos.
Base de clientes
Compreender o racional dos investimentos e a lógica de longo prazo dos produtos. Estes são os dois grandes pilares por detrás do investidor típico da entidade. Pedro Baldaia refere que este é normalmente “empresário ou gestor”, ou então possui “um nível de literacia financeira elevado”. Muito embora o fundo bandeira da casa tenha um histórico de 8 anos, a entidade apresenta agora também a “capacidade de gerir contas individuais num formato de “managed account”, que permitirá “customizar cada carteira do cliente, em função de factores como risco pretendido pelo cliente”. Segundo o gestor, este formato vem responder a alguns pedidos dos clientes, estimando-se que seja “a principal fonte de crescimento nos próximos anos”.
O benefício de estar na City
Sendo a LBV Asset Management uma sociedade integrada num grupo internacional, são várias as vantagens que se afiguram para a equipa. Em primeiro lugar Pedro Baldaia destaca “o fácil acesso ao management das empresas” em que investem, pelo facto de estarem localizados em Londres. Explica que “tipicamente as empresas europeias cotadas acabam mais tarde ou mais cedo durante o ano por passar por Londres, em roadshows ou em conferências, daí que se torne muito prático discutir com elas as respectivas estratégias”. Realça também as vantagens ao nível do networking na cidade, muito embora o impacto do Brexit não deixe de ser uma preocupação. “Neste momento não existe qualquer certeza de como este processo decorrerá, embora do nosso lado estejamos menos preocupados do que a generalidade dos nossos concorrentes, dado termos também um escritório no Porto”, enfatiza.
Ainda no campo da multiculturalidade, fala da própria equipa que constitui o projeto. “Temos uma equipa multinacional: por exemplo uma chairman suíça, um analista espanhol, um trader iraniano... – o mix de culturas ajuda a extrair o melhor de cada uma e ajuda a empresa a crescer e a desenvolver-se num contexto global”, diz, apontando também a própria diversidade de clientes. “Temos clientes de várias nacionalidades, o que nos permite não estarmos expostos à situação financeira de um país específico, abrindo-nos também mais perspectivas de crescimento futuro”, refere.
O fundo bandeira
Já referido, o enfoque long/short da entidade, importa também falar do fundo Primus, precisamente um long/short equities. Pedro Baldaia explica que “tem um primeiro foco em Europa, com mais de 80% das posições do fundo ao longo da sua história terem sido tomadas em ações cotadas em mercados europeus desenvolvidos”. Adicionalmente foca-se “em empresas de média capitalização”, segmento que para a LBV AM é “pouco explorado pela indústria de fundos e onde normalmente encontramos empresas de grande qualidade, líderes nos seus segmentos e com valuation atrativo”. O produto apresenta 8 anos de histórico “assinalável, com uma rentabilidade média anual líquida de 5%, mesmo atravessando vários momentos de crise financeira”.