Os investidores institucionais pegaram no testemunho passado pela banca no que toca ao financiamento. Novos intervenientes, como fundos de pensões, seguradoras e gestoras, são os novos fornecedores de liquidez. Isto levou ao nascimento de um novo mercado.
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Assistimos a uma profunda transformação da indústria financeira. É a previsão lançada por William Nicoll, diretor de Investimentos Privados e Alternativos na M&G Investments. As regras do jogo mudaram desde o início da crise financeira em 2008. E a tendência da indústria desde então só seguiu uma direção. Os bancos estão cada vez mais sujeitos a requisitos de capital mais elevados. Os governos querem evitar um novo cenário sistémico e o setor foi forçado a mudar o seu modelo de negócio. “Passaram deser detentor de ativos a descobridores de ativos”, afirma Nicoll.
Mas o mundo precisará sempre de financiamento. E quem pegou no testemunho da banca? Os investidores institucionais. Fundos de pensões, seguradoras, gestoras, etc. Os novos fornecedores de liquidez são empresas não bancárias.
Isto levou ao nascimento de um novo mercado: direct lending. Como podemos ver no gráfico, o investimento direto surgiu nos últimos cinco anos. Para Nicoll, estamos a entrar numa nova fase do investimento privado que traz consigo uma nova onda de produtos.
A primeira onda nasceu no final dos anos 90 quando a banca, especialmente a americana, abriu para a venda os seus ABS. A crise de 2008 trouxe uma nova onda de inovação e estamos agora numa terceira fase, impulsionada também pela procura institucional de novos produtos e mercados.
Como oferecê-lo ao cliente
E esta nova fase do investimento privado vai acompanhar o investimento sustentável. Precisamente por causa das qualidades intrínsecas do capital privado, explica Jo Waldron, diretor de Crédito Privado da M&G. “Os mercados privados dão-nos acesso ao que chamamos de pure play”, argumenta. São ativos que lhe permitem construir uma convicção específica e com a capacidade de envolvimento direto com as empresas em que se investe. Isto permite influenciar o comportamento das mesmas. Por exemplo, existem empréstimos com cláusulas que contemplam uma redução no cupão se a empresa melhorar o seu perfil de sustentabilidade. Nicoll também é claro: “O capital está a virar-se para o ESG e é aí que tem de estar”.