Ativos geridos e distribuídos mostram uma evolução positiva, face ao período homólogo, mas os seguros de poupança e investimento foram significativamente afetados.
O resultado líquido consolidado do Millennium bcp situou-se em 76,0 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, o que compara com 169,8 milhões de euros alcançados nos primeiros seis meses do ano anterior. "Esta evolução encontra-se fortemente condicionada pelo impacto da situação extraordinária que se vive atualmente, decorrente da pandemia provocada pela COVID-19. O impacto da pandemia fez-se sentir sobretudo na necessidade de constituição de imparidades adicionais para risco de crédito, quer na atividade em Portugal, quer na atividade", pode ler-se nos documentos da apresentação de resultados.
Os recursos fora de balanço evoluíram em sentidos opostos conforme falamos de recursos de balanço ou fora de balanço. Se o total de recursos evidencia um crescimento de 8.5% face ao mês de junho do ano passado, os recursos fora de balanço evidenciam uma evolução negativa, nomeadamente de 372 milhões de euros abaixo do montante apurado em 30 de junho de 2019, fixando-se em 18.154 milhões de euros no final de junho de 2020.
"A evolução dos recursos fora de balanço foi determinada pela redução verificada na atividade internacional, que reflete, em grande parte, a preferência dos clientes por depósitos e a desvalorização dos ativos mais sujeitos às flutuações dos mercados financeiros, na sequência dos impactos da pandemia provocada pelo vírus COVID-19", comentam da instituição financeira.
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Desagregando os recursos fora de balanço, vemos que os ativos sob gestão mantiveram um valor em linha com junho do ano passado, nos 5,47 mil milhões de euros, mas inferiores aos 5.75 mil milhões de euros registados a 31 de dezembro de 2019, enquanto os seguros de poupança e investimento verificaram uma quebra de 8,8% no mesmo período. Os ativos distribuídos, no entanto, verificaram um crescimento significativo face ao período homólogo (+11%), fechado o semestre nos 4.24 mil milhões de euros. Esta rubrica contava com 4,31 mil milhões de euros no final de 2019.
Comissões
As comissões relacionadas com mercados verificaram uma evolução positiva na comparação do primeiro semestre de 2020 com o primeiro semestre de 2019, sendo que o maior contributo verificou-se na rubrica de operações sobre títulos e as comissões de gestão de ativos mantiveram-se praticamente no mesmo nível. Nos documentos divulgados está patente que "as comissões relacionadas com o mercado beneficiaram da evolução favorável das comissões angariadas com operações de bolsa e com a gestão de ativos, neste caso associadas principalmente à distribuição de fundos de investimento".