Distribuição dos ativos da indústria a nível global: Estados Unidos ganha peso e Europa perde

EUA
Créditos: Toomas Tartes (Unsplash)

A última década foi um período no qual a indústria americana de gestão de ativos conseguiu fortalecer o seu papel de liderança a nível mundial. O melhor comportamento relativo das ações americanas face ao resto dos mercados do mundo e a fuga de capitais da Europa como consequência das distintas crises idiossincráticas que atravessou o Velho Continente desde 2009 (dinheiro que fundamentalmente procurou refúgio nos Estados Unidos) reforçaram o domínio da indústria americana.

Analisando a distribuição de ativos da indústria a nível global a partir dos dados publicados pela consultora Willis Towers Watson no seu último Thinking Ahead Institute (outubro de 2020) observa-se que, se há 10 anos os Estados Unidos representavam 45,2% do volume total, agora essa percentagem é de 54,6%. Ou seja, a sua quota de mercado aumentou em 9,4 pontos. E isso foi o reflexo, fundamentalmente, de uma menor ponderação da Europa, onde em maior ou menor medida a maioria dos países viu o seu peso ser reduzido.

Em alguns casos, a perda de quota de mercado é muito abrupta. Acontece assim, por exemplo, com França, cujo peso a nível global experimentou uma redução nos últimos 10 anos de 3,12 pontos, passando de 9,17% para 6,05%, ou com a Alemanha, que perdeu 2,38 pontos, ao cair de 7,95% para 5,57%. No que respeita os países periféricos, a sua relevância também se vê reduzida. Espanha perdeu nos últimos anos, 1.09 pontos de quota de mercado (baixa de 1,78% para 0,69%), uma redução semelhante à sofrida por Itália (passa de 2,58% para 1,45%).

Dos grandes mercados europeus, os únicos que aguentam relativamente bem são o Reino Unido e Suíça. Os dois viram também decrescer o seu peso no mundo, mas de forma mais moderada (as ilhas perderam 0,21 pontos de quota de mercado e o país helvético 0,36%). O Japão, outro dos maiores mercados do mundo, também perdeu relevância (baixa de 6,94% para 5,39%).

Além dos Estados Unidos, existem outros mercados que ganharam relevância no mundo. Os casos mais significativos são da China (o seu peso passou em 10 anos de 0,44% para 2,43%), Canadá (ganhou um ponto de quota de mercados, ao crescer 4,11% para 5,11%) e Austrália (cresce de 0,92% para 1,55%).

Distribuição dos ativos por países (em intervalos de cinco anos desde 2009 até 2019)

Fonte: Thinking Ahead Institute de Willis Towers Watson (outubro de 2020). Dados calculados em dólares.