Dois gráficos para que banqueiros e consultores expliquem aos seus clientes a evolução da sua carteira até agora em 2023

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Créditos: Matt Duncan (Unsplash)

Que grande diferença para 2022. Há apenas alguns meses, os investidores ainda estavam a recuperar de um ano histórico para as obrigações e ações. Historicamente mau, com tanto os ativos refúgio como os de risco a perderem valor. Atualmente, porém, se olharmos para os primeiros seis meses de 2023 nos mercados, o cenário é muito diferente. Este ano, tanto as ações como as obrigações estão, em linhas gerais, em território positivo. Não o suficiente para terem recuperado as perdas de 2022, mas encontramos várias classes de ativos com retornos de dois dígitos.

É possível verificar isto no tradicional gráfico partilhado pela Candriam, que mostra as rentabilidades em divisa base no final de junho das principais classes de ativos:

Podemos ver como as ações têm sido o ativo por excelência. Quatro categorias do mercado de ações registaram aumentos de dois dígitos. As ações japonesas são as que lideram. Dito isto, se analisarmos um pouco mais estes grandes números, vemos vários detalhes.

Rentabilidade das classes de ativos até agora em 2023

Fonte: Bloomber e BoA ML a 31/05/2023; rentabilidades expressas em moeda local

Uma primeira noção importante é que as fortes subidas do mercado norte-americano tem uma clara explicação: o rally na tecnologia e, sobretudo, empresas de inteligência artificial. Se isolarmos esses dois temas, como no gráfico partilhado pela Oddo BHF AM, vemos a realidade desse impacto nessas carteiras. Por detrás de ambos os fatores, as ações japonesas são as que realmente têm brilhado em 2023.

E também a Europa, em múltiplas facetas. A IA europeia também captou esse interesse, mas a recuperação dos ativos europeus tem sido mais generalizada.

As obrigações também têm dado alegria aos investidores e, quanto maior o risco, maior a rentabilidade. Assim, a dívida emergente em divisa local subiu em linha com as ações. Até o ouro, tradicionalmente um termómetro do interesse por ativos refúgio, subiu 7,3%.

A exceção é o petróleo, que perde 10% após dois anos a liderar o ranking de rentabilidade.