O BPI Obrigações de Alto Rendimento Alto Risco, a cargo da BPI Gestão de Ativos, destacou-se na classe obrigacionista em 2023. O gestor olha para trás e avalia as dinâmicas que abalaram a componente de obrigações high yield.
Numa oportuna retrospetiva de 2023, destacamos os fundos mais rentáveis do ano nas diferentes classes de ativos. Nos fundos que operam no mercado obrigacionista, o destaque foi para o BPI Obrigações de Alto Rendimento Alto Risco, um fundo que foca a sua atenção no mercado de dívida high yield. Gerido por Duarte Rodrigues, gestor de carteiras da BPI Gestão de Ativos, o fundo apresentou um retorno de 12,52% em 2023.
O especialista afirma que 2023 foi “um ano de recuperação”. Após um 2022 destrutivo para a classe de obrigações, Duarte Rodrigues encontrou em 2023 um contexto “mais favorável à geração de rentabilidade com yields e spreads mais elevados”. Na sua opinião, durante o ano, a exposição à classe de high yield foi determinante, no entanto, ocorreu um “aumento natural da exposição à classe investment grade, recorrendo sobretudo ao mercado primário, em particular na segunda metade do ano”. Quanto às obrigações high yield, o gestor destaca a “boa seleção de títulos, sobretudo no setor financeiro.
Entrando em detalhe no mercado de dívida com ratings abaixo de investment grade, Duarte Rodrigues nota que a “alteração do contexto de taxas de juro teve um impacto relevante nas dinâmicas de risco/retorno da classe” devido “ao aumento dos custos de financiamento e à capacidade de refinanciamento de emitentes com qualidade de crédito menos favorável”. Posta esta situação, privilegiou-se “a alocação a setores mais defensivos, como o do consumo básico e das telecomunicações”. No setor financeiro a equipa preferiu emitentes “mais defensivos, bem capitalizados e cuja atividade beneficia com um contexto de taxas de juro mais elevadas”.
High yield para 2024
Apesar do ano positivo de 2023, Duarte Rodrigues defende que ainda há várias oportunidades neste espaço. Fixando-se nos indicadores genéricos da classe de ativos, salienta que se pode concluir que “a yield da classe mantém-se acima da média histórica”. Esta situação garante “alguma capacidade para absorver choques que podem surgir tanto ao nível do risco de taxa de juro como do crédito”.
Da carteira do BPI Obrigações de Alto Rendimento Alto Risco podemos esperar que se mantenha “a preferência por emitentes com perfis mais defensivos ou com melhor qualidade de crédito”. O profissional afirma que é nestas obrigações que a equipa ainda encontra o melhor binómio risco/retorno. Finalmente, Duarte Rodrigues faz questão de destacar que quando se fala de obrigações high yield é muito “importante manter a disciplina e o processo de investimento”. Contudo, não o é menos a “flexibilidade para conseguir capturar oportunidades que poderão surgir ao longo dos próximos meses”, conclui.