A marcar os sete anos de atividade da gestora de patrimónios de Braga, a CEO & chairman da Casa de Investimentos fala à Funds People sobre os novos projetos em cima da mesa.
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Qual o atual posicionamento da Casa de Investimentos e que projetos futuros têm em cima da mesa?
A Casa de Investimentos é uma gestora de patrimónios independente cujo trabalho é proteger e valorizar o património financeiro dos nossos clientes. Somos investidores em valor, focados na criação de riqueza a médio e longo prazo e em fazê-lo com consistência, transparência e risco limitado. O facto de termos o foco no longo prazo permite-nos o investimento na classe de ativos que melhor remunera o capital e o protege do efeito corrosivo da inflação, as ações.
A Casa de Investimentos tem hoje o mesmo posicionamento que tinha quando começou, em 15 de novembro de 2010. Tivemos a preocupação de criar uma instituição com total alinhamento de interesses com os clientes. Não temos produtos para vender, não ganhamos mais pela quantidade de operações de compra ou venda, não temos qualquer associação de interesse com intermediários financeiros ou outros - sejam bancos, corretores ou seguradoras - com quem trabalhamos. Precisamos, para conseguir retornos acima da média - que o nosso histórico comprova - da sua confiança, que sejam pacientes e que compreendam a filosofia de investimento em valor. Ser de confiança e desenvolver um trabalho merecedor da admiração dos clientes é um património do qual nos orgulhamos. A Casa de Investimentos está a concluir o licenciamento para ser gestora de fundos de investimento. Esperamos disponibilizar um fundo de Valor, dirigido à pequena poupança e que represente, também, um importante instrumento de eficiência fiscal.
Qual a vossa filosofia e como é o vosso track record?
Seguimos a filosofia de investimento em valor, cujo praticante mais famoso é Warren Buffett. Investir em Valor é comprar ativos que valem muito mais do que estamos a pagar no momento da compra. Depois, é ter disciplina e só comprar quando nos cotam o desconto que exigimos para garantir que temos uma boa margem de segurança. Por último, e não menos importante, é preciso ter muita paciência para aguardar que o mercado venha a refletir na cotação o verdadeiro valor do negócio que lhe está subjacente.
O que fazemos, embora difícil de executar, é simples: é comprar excelentes empresas, quando estas estão baratas, manter os custos de transação baixos e aguardar pacientemente que a cotação de mercado seja igual ao valor intrínseco do ativo. Nos sete anos de atividade até dezembro de 2017 conseguimos uma rentabilidade líquida para os nossos clientes de 10,8% ao ano, o que resulta numa rentabilidade líquida acumulada de 107,7%
Quais os principais desafios e oportunidades que enfrentam?
Um desafio constante é alargar as nossas competências de análise. O nosso trabalho é extraordinariamente interessante porque todos os dias estudamos empresas e os seus negócios, lemos vastamente matérias muito variadas para poder compreender melhor para onde vai o mundo e perceber as alterações às dinâmicas competitivas. Hoje os mercados estão mais caros e isso faz com que seja mais difícil encontrar boas oportunidades de valor. É essencial não relaxar os padrões de exigência quer na qualidade dos negócios quer no desconto que exigimos no momento da compra. Nunca o fazemos porque temos um mandato que nos permite estar em liquidez se não encontrarmos boas oportunidades.
É muito simples e não conhecemos método melhor para proteger e aumentar a riqueza. Sabemos, no entanto, que é muito difícil para a maioria dos investidores (sobretudo para os profissionais que têm ainda os riscos de carreira) manter esta disciplina: primeiro porque quase todos estão focados no curto prazo e têm os incentivos errados e segundo, porque comprar quando a maioria está vendedora e vender quando quase todos estão a comprar é muito difícil. Apesar da história da Casa de Investimentos ser muito diferente, como comprova o nosso track record, são sempre muito difíceis algumas destas barreiras. São precisos muito anos, é essencial a educação financeira e ser persistente. Nós estamos dispostos a percorrer esse caminho de forma transparente, com muito conhecimento e colocando os interesses dos clientes em primeiro.
Quanto às oportunidades, a filosofia de investimento em valor é, neste contexto, uma oportunidade porque nos permite manter o rumo e maximizar a objetividade. É simples e intuitiva. Para a implementar, precisamos de encontrar os clientes certos, aqueles que se comportam como nós e que têm assento permanente no mercado financeiro, procurando aproveitar a volatilidade para comprar a pessimistas e vender a otimistas.
Privilegiamos o investimento em ações. Estamos focados no longo prazo e isso dá-nos uma liberdade imensa e permite-nos estar investidos na classe de ativos que melhor remunera o capital e fazê-lo com risco limitado.
No investimento, o mais importante é o valor. Por isso, a nossa postura de mercado é baseada na análise de investimentos individuais e em saber a diferença entre quanto vale e quanto custa. Se a diferença for grande, então temos margem de segurança para investir. Se os mercados estão altos ou não, não afeta a nossa decisão. Sabemos que com tempo, o preço de mercado tende a cotar o valor do ativo que lhe está subjacente.
Julgo que o nosso compromisso desde a fundação com a educação financeira é outra grande vantagem. Vemos uma grande oportunidade no facto de sermos a única instituição em Portugal que pratica a filosofia de investimento em valor.