Entre outras conclusões, o Schroders Global Investor Study 2022 mostra que os investidores nacionais acreditam no papel de literacia financeira que os agentes do mercado podem desempenhar.
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Os investidores, em termos mundiais, estão cada vez mais inclinados para investir em fundos que vão ao encontro dos seus princípios pessoais. É o que revela a última edição do Schroders Global Investor Study 2022.
O estudo da gestora Schroders indica que "os investidores que se classificam a si próprios como especializados estão mais concentrados no papel que os seus princípios e valores podem desempenhar nas suas decisões de investimento".
Mais de metade desses investidores especializados, diz o estudo, afirma que os seus princípios pessoais são muito importantes. Uma percentagem que é de 55% a nível global, e de 52% em Portugal. Esta é uma percentagem, dizem, mais elevada do que a relativa àqueles investidores que se "classificam como tendo um nível intermédio de conhecimento do investimento" - 16% a nível global e 18% em Portugal. Mais baixo, é o peso dos investidores que que o dizem, na categoria de investidores principiantes - 10% a nível global e 13% em Portugal.
Idade é fator de relevância
A idade do investidor também tem relevância na importância dada aos valores e princípios de quem investe. O estudo da Schroders mostra que essa importância aumenta com a idade. São as pessoas com mais de 71 anos as "mais suscetíveis de dar prioridade a estes aspetos".
Em Portugal, a importância dada aos valores e princípios pelos investidores aumenta com a idade, com uma forte maioria (86% em Portugal e 76% globalmente) de pessoas com mais de 71 anos de idade mais suscetíveis de dar prioridade a estes aspetos. Algo que talvez indique que os investidores mais velhos estão mais confiantes e convictos das suas opiniões. 86% da amostra de investidores inquiridos em Portugal, com mais de 71 anos, considera importante que os fundos onde investem estejam construídos de acordo com os seus valores e princípios.
Fonte: Schroders Global Investor Study 2022.
Adicionalmente, o poder de influenciar as empresas onde estão a investir também é um tema importante. A Schroders mostra que todo o espetro de investidores entende que tem esse poder, mas são os investidores especializados os mais cientes dessa sua função. Em Portugal, 97% dos investidores portugueses especializados acredita mesmo que deveriam ter poder para o fazer.
Fonte: Schroders Global Investor Study 2022.
A literacia financeira e o conhecimento é outro dos tópicos abordados. Apesar de em Portugal - e em termos globais também - os investidores especializados se sentirem com conhecimentos suficientes para tomarem decisões de investimento (81% em Portugal e 82% a nível global), apenas 26% dos investidores principiantes nacionais e globais se sentem confiantes nesse processo.
Empresas de investimento: papel na literacia financeira
A educação financeira é então um tópico premente, e neste questionário é sublinhado o papel de entidades financeiras, mas também o das próprias escolas. Mais de metade dos inquiridos nacionais (51%) acredita que as empresas de investimento devem ser responsáveis por assegurar que as pessoas tenham níveis suficientes de conhecimento sobre questões financeiras pessoais, e 36% pensa que deve ser da responsabilidade dos consultores financeiros. 44% acredita que as instituições educativas têm um papel a desempenhar na educação das pessoas sobre questões financeiras
Fonte: Schroders Global Investor Study 2022.
Aumenta interesse em ativos privados
Outra das conclusões do estudo prende-se com o maior interesse dos investidores por ativos menos tradicionais. 61% dos investidores portugueses dizem querer investir em private equity, por exemplo. No entanto, apenas 21% dos investidores com nível de conhecimento de principiantes sentem-se habilitados a fazê-lo, contra 55% dos investidores especialistas. Outro exemplo podem ser os investimentos em infraestruturas, onde 52% dos investidores portugueses gostaria de poder investir.