Energia ganha destaque nos ETF mais subscritos de novembro

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Através da habitual análise mensal de Rui Castro Pacheco, diretor adjunto do Banco Best, e João Queiroz, head of online banking do Banco Carregosa, ficamos a conhecer quais foram as preferências dos investidores de ETF no mês passado.

Correções em novembro

O mês de novembro correspondeu ao despertar após dois meses de invernos nos mercados acionistas com as correções acumuladas de setembro e de outubro, com o tema das vacinas destinadas à pandemia a provocarem uma relevante alteração do cenário de investimento com os investidores e traders a perspetivarem uma antecipação da recuperação económica quando se entrava numa segunda vaga mais severa em número de casos, fatalidades e internamentos, que obrigavam as autoridades a restringirem os movimentos impactando negativamente o aumento do crescimento económico”, começa por explicar João Queiroz.

O profissional do Banco Carregosa comenta ainda que a preferência dos investidores nos remete para as tecnológicas, mas desta vez de uma forma mais seletiva, isto é, "em processadores e cloud computing & storage com rotação das social media e marketplaces para diversificação em ideias value e cíclicas".

Ainda, João Queiroz aborda que “o melhor desempenho das sociedades asiáticas tiveram influência nas decisões das alocações dos ativos de risco como ações e ETF destacando-se aqui a maior atividade dos particulares de retalho que suplantou os fluxos dos institucionais nos mercados acionistas e obrigações corporativas”.

Em comparação com outubro, no top 3 do mês de novembro da instituição, visualizamos duas novidades: o Direxion Daily Technology Bull e o Direxion Daily Semiconductors. Apenas o ETF ISHARES MSCI WORLD UCITS ETF (AAC) se mantém no top 3 do Banco Carregosa.

Energia e tecnologia em destaque

Já Rui Castro Pacheco, coloca que este é um "mês em que os destaques vão para as tecnologias e energias. Nas tecnologias, temos o investimento mais genérico no Nasdaq com o Invesco QQQ Trust, ao mesmo tempo que temos o investimento short no mesmo índice, com o ProShares Short QQQ”.

A energia vem a ganhar cada vez mais destaque nos ETF mais negociados no Banco Best. “Registámos procura pelos United States Natural Gas Fund, LP e United States Oil Fund, LP, que seguem respetivamente os preços do gás e do petróleo, e ainda o SPDR® S&P Oil & Gas Exploration & Production ETF que segue as empresas do setor de exploração e produção destas commodities energéticas”, refere o diretor adjunto do Banco Best.

Perspetivas e retrospetivas

Numa altura em que se começam a fazer perspetivas para 2021 e retrospetivas do que foi o ano de 2020, o profissional do Banco Carregosa, também deixa a sua abordagem sobre o último trimestre deste ano e o que pode suceder no início de 2021: “os dados macroeconómicos sugeriam ainda robustez da evolução do 4.º trimestre, mas com um menor ímpeto que o estimado, embora ainda em trajetória benigna e que permite cenarizar recuperações mais fortes nos primeiros trimestres de 2021. As obrigações efetuaram algumas correções com alívio de posições em ativos de menor risco percebido por alocação em ações que pudessem representar histórias de recuperação da atividade ao período pré-pandemia”.

João Queiroz conclui a afirmar que "prospetivamente os mercados acionistas parecem estar a recuperar gradualmente a robustez. As quedas de maior amplitude e rapidez são compradas pelos investidores -posicionando-se em temas como a biotecnologias, geração de energia por recursos renováveis com menor pegada de carbono e a condução elétrica & autónoma. Perspetivando-se uma transição de ano em crescendo (a la 2017 e 2019), mais suportado pelos Bancos Centrais do que em novos estímulos apoiados em políticas orçamentais".