Equities 2017: Searching for alpha

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Cedida

Numa espécie de dejá vu, a BNY Mellon IM, a Standard Life Investments e a Columbia Threadneedle Investments voltaram a juntar-se pelo segundo ano consecutivo em Lisboa para uma conferência. Um ano volvido desde o primeiro encontro, no passado dia 9 de março as entidades centram-se no tema “Equities 2017: Searching for alpha”.

Mais uma vez com Leonardo Mathias (ex-secretário de estado da economia e nome conhecido da indústria de gestão de ativos em Portugal) no comando da apresentação e moderação dos temas, os investidores puderam assistir a um painel de debate que teve precisamente como mote o nome da conferência. De cada uma das casas gestoras estiveram presentes Mark Nichols, portfolio manager do Threadneedle European Select Fund (Blockbuster Funds People), Andrew Paisley, portfolio manager do Standard Life Investments European Smaller Companies Fund e Nick Clay, portfolio manager do BNY Mellon Global Equity Income Fund (Consistente Funds People).

Com uma troca de visões complementares, seguem-se algumas das principais questões abordadas:

Mark Leonardo Mathias – Como é que define o seu estilo de investimento?

Mark Nichols (na foto) – Tentamos olhar para empresas que tenham claras vantagens competitivas e que consigam sustentar o seu crescimento em várias alturas de mercado. Privilegiamos portanto empresas com uma grande componente de crescimento.

 

andrewLM – Tendo o vosso fundo num portefólio, qual deve ser a minha principal preocupação como investidor: o risco ou o estilo de investimento do próprio gestor?

Andrew Paisley (na foto) – Nós somos verdadeiros crentes em relação ao retorno que as small caps europeias podem gerar no longo prazo, dentro de um portefólio balanceado. Focamo-nos bastante no risco e temos uma clara inclinação para empresas de qualidade. O que fazemos, sem dúvida, é tentar comprar hoje as grandes empresas de amanhã. São empresas que podemos comprar e manter em carteira durante um longo período de tempo, normalmente durante 3 a 4 anos, e que vão duplicar ou triplicar o seu valor.

nick claigLM- Como é possível acrescentar valor a um portefólio no atual contexto de mercado?

Nick Clay (na foto) – Acreditamos que acrescentamos valor em qualquer contexto de mercado, tendo em conta que estamos focados na obtenção de rendimentos por via dos dividendos, o que significa que estamos atentos à disciplina da empresa, à disciplina de valorização dessa mesma empresa, aos seus gestores, etc. Neste ambiente atual em específico, e tendo conta os níveis das valorizações de muitas ações das quais partimos, é óbvio que a implicação serão retornos de capital bastante baixos daqui para frente.

LM – Os fundamentais parecem ter vindo a melhorar, as taxas parecem estar a subir, e a inflação está moderar-se... Que impacto é que isto tem na Europa e até que ponto se pode tirar partido deste ‘inflation trade’?

M – Quando se está à frente de um fundo a volatilidade é uma oportunidade, e a forma como gerimos a volatilidade é precisamente para encontramos oportunidades em empresas nas quais acreditamos no longo prazo. Quando assistimos a desajustes de mercado no curto prazo é quando temos a oportunidade de encontrar ativos de grande qualidade a bom preço. A volatilidade, na realidade, é algo fantástico.

Em termos de métricas tentamos ter um fundo com um beta mais baixo do que o mercado, ou seja, tentamos oferecer um fundo com uma volatilidade relativamente baixa.

A -  Na perspetiva de um gestor de small caps, o que procuramos é um contexto económico estimulante, e acreditamos que ele existe atualmente. O que fazemos de facto é estarmos focados nestas empresas de crescimento de alta qualidade, e não em empresas cíclicas que tiverem um único ano fantástico. O nosso grande risco, assenta portanto, na eventual compra de um título errado.