Num mês de contraste entre a performance do mercado europeu e americano, as preferências dos investidores parecem ter recaído sobre estratégias que investem em ações small e mid cap de ambas as regiões.
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Dicotomia. É esta a palavra utilizada por Bruno Pinhão, do ActivoBank, para descrever o comportamento entre o mercado acionista norte-americano e europeu durante o mês de agosto. De facto, o profissional justifica que do lado dos Estados Unidos “o clima é de otimismo, com Wall Street a atingir o período de bull market mais longo da sua história – em foco esteve o sector tecnológico, com algumas das suas cotadas a atingirem sucessivos máximos de valorização”. No Velho Continente, por outro lado, verificou-se o oposto. O sector bancário esteve em destaque pela negativa, “pressionado tanto pela exposição que tem à Turquia, como pela instabilidade política em Itália, que volta a preocupar os investidores pela o crescente de tensão entre Governo e União Europeia, motivado pelo défice acima de 5% do PIB”, afirma Bruno Pinhão, acrescentando que esta preocupação se refletiu na subida das yields italianas – que se alastrou aos juros na periferia do Euro.
Com base neste contexto, as preferências dos clientes da entidade revelaram uma maior procura por fundos de small e mid cap americanas e europeias, verificando-se a presença de três destes produtos entre os mais subscritos no mês de agosto. A tecnologia continua a ser, claramente, uma aposta dos investidores da entidade, que colocaram novamente dois produtos nesta lista, bem como fundos com exposição ao mercado norte-americano.
As preferências dos clientes do Banco Best
Para Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de investimentos do Banco Best, o mês de agosto revelou uma “procura muito mais dirigida a fundos de ações”. Não obstante, os clientes optaram ainda por um fundo multiativos e outro de obrigações.
Assim, o fundo de obrigações presente na lista de estratégias mais subscritas por parte dos clientes da entidade foi o Templeton Global Total Return, “um fundo flexível e que pode investir nos vários segmentos de dívida. Este fundo tem opção de acumulação e de distribuição anual ou mesmo mensal de rendimentos, tendo sido esta última a preferida dos nossos clientes”, explica o profissional. A presença deste produto deve-se, segundo Rui Castro Pacheco, ao facto de o fundo deter “uma parte significativa dos seus ativos exposta aos mercados emergentes”, o que levou a “um mês bastante difícil em termos de retorno”, sendo que os investidores, provavelmente, optaram por reforçar as suas posições, “aproveitando um nível de cotações mais atrativas”.
Já o Acatis Gané Value Event é o único fundo multiativo presente nesta lista, este que é um produto gerido por duas equipas – uma da Acatis e outra da Gané. A primeira é uma “boutique especialista no investimento de estilo value que procura investir, essencialmente, em ativos que estejam com uma valorização atrativa”, enquanto que a segunda “é conhecida pela sua especialidade em investir com um estilo event, ou seja, procurar empresas que estejam a passar por um evento corporativo, como alterações na estrutura acionista ou na gestão, e que por esse facto esteja a ser incorretamente avaliada pelo mercado”. Rui Castro Pacheco destaca que “aliando estes dois estilos distintos de investimento ao facto de ser um fundo multi-ativos, que pode investir em ações e obrigações, a carteira tem apresentado um desempenho bastante interessante em termos de retorno e risco incorrido”.
Vejamos, por fim, os fundos de ações – a categoria mais preponderante nesta lista. Rui Castro Pacheco começa por referir que a tecnologia continua a estar bem presente no top, desta feita com dois fundos mais generalistas, o BlackRock World Technology e o Franklin Technology, e outro mais especialista, o Allianz Global Artificial Intelligence, “que procura empresas que estejam ligadas ao desenvolvimento de soluções na área da inteligência artificial”.
A Europa também continua a atrair interesse dos investidores da entidade, algo que se reflete nesta lista, com a presença dos fundos MFS European Value, Jupiter European Growth e Oddo BHF Avenir Europe. O profissional destaca que “é interessante esta distribuição por estratégias distintas, com o fundo gerido pela MFS a procurar empresas de estilo value, o fundo da Jupiter a procurar empresas de estilo growth e o da Oddo BHF a procurar médias capitalizações que perspetivem condições para virem a tornar-se grandes players nos seus mercados”. A procura por pequenas capitalizações americanas foi também visível, com o Alger Small Cap Focus entre os mais subscritos, e outro que investe em empresas ligadas ao sector do ouro e metais preciosos, o Franklin Gold & Precious Metals.
Estratégias mais subscritas no ActivoBank e no Banco Best em Agosto