O BNY Mellon Global Equity Income Fund está no topo da sua categoria num ano muito bom para as estratégias de dividendos. O fundo continua positivo em 2022 e com perspetivas otimistas.
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Não tem sido um início de exercício fácil. As correlações entre obrigações e ações destruíram o habitual 60/40 nas carteiras. Mas nem todos os segmentos sofrem igualmente. Na verdade, sim, há fundos que se mantêm positivos em 2022. É o caso do BNY Mellon Global Equity Income Fund. Até agora, este ano, o fundo gerido pela Newton IM (parte da BNY Mellon IM) está no quartil superior da sua categoria. Isto, num ano positivo para estratégias de dividendos.
Mas este bom desempenho não surpreende Ilga Haubelt, gestora deste fundo com Rating FundsPeople 2022. Mesmo em tempos de crises anteriores, há empresas que continuam a pagar dividendos aos seus acionistas. E agora os fundamentais permitem-nos pensar que vão resistir novamente. “Depois da pandemia, a maioria das empresas foram disciplinadas. De facto, os dividendos atrasaram-se na recuperação dos earnings per share. O rácio de pagamento nos Estados Unidos, por exemplo, está em mínimos históricos”, conta a especialista. Esta é uma almofada estrutural para estratégias de dividendos, mesmo que um cenário negativo fosse atingido.
O que tem o BNY Mellon Global Equity Income Fund na sua carteira?
É claro que nem todas as empresas que distribuem dividendos resistirão a este período de correção da mesma forma. Depois de tantos anos de deflação, estamos agora numa mudança de regime. A procura regressou fortemente após os confinamentos, enquanto a oferta ainda enfrentava problemas com as cadeias de abastecimento. E mesmo dois anos depois ainda sentimos os tailwinds nos preços. Mas não se trata apenas do consumo, insiste Ilga Haubelt.
Quando fala do período de transição, refere-se também ao plano geopolítico. Na sua opinião, a guerra na Ucrânia terá profundas ramificações políticas na Europa, onde o conceito de segurança energética é novamente debatido. A isto soma-se o facto de o pêndulo da globalização estar a balançar na direção oposta. “Todos os períodos de transição são inflacionistas”, sentencia a especialista.
E que implicações tem para a carteira? O BNY Mellon Global Equity Income Fund não é um fundo com um viés histórico para qualquer setor ou indústria em particular. De facto, Ilga Haubelt diria que, na longa vida da estratégia, o portefólio esteve tanto subponderado como sobreponderado em quase todos os setores em determinado momento.
Um dos destaques da atual carteira é o setor energético. “A energia é mais uma vez um setor investível”, assegura a gestora. E apesar do rally dos últimos meses, é uma aposta que ainda é válida, na sua opinião. Os seus analistas estimam que a oferta permanecerá limitada durante algum tempo, o que manterá os preços mais elevados. Na Europa, as empresas de energia estão a liderar a transição para as energias renováveis, enquanto nos Estados Unidos as suas prioridades são completamente diferentes, mais focadas na remuneração dos acionistas.
Processo de investimento
O BNY Mellon Global Equity Income Fund nasceu há 22 anos com o firme objetivo de aproveitar o poder dos juros compostos através de dividendos. Este fundo com Rating FundsPeople 2022 tem um rigoroso critério de entrada na sua carteira. Um valor deve oferecer uma rentabilidade por dividendo de pelo menos 25% acima da média do mercado. Do lado oposto, sairá da carteira num prazo máximo de seis meses, assim que a rentabilidade por dividendo ficar abaixo da média do mercado. Comprar disciplina obriga-os a ter paciência, e vender disciplina obriga-os a obter lucros.
É claro que ser vendedores forçados é algo que a equipa de gestão procura evitar a todo o custo. Por isso, a sustentabilidade do dividendo é uma das prioridades na sua análise dos fundamentais. Além disso, os gestores procuram entrar com valuations que lhes ofereçam uma margem de segurança.
Ilga Haubelt define-o como uma disciplina contrarian. Por exemplo, entrar em empresas que sofrem a curto prazo quando a análise da equipa considera que o stress é apenas temporário. Isto força-os constantemente a evitar vieses comportamentais. Na verdade, confiam na equipa quantitativa da Newton IM (afiliada da BNY Mellon IM) para rever a sua disciplina de dividendos. Por exemplo, quando o fundo estava atrasado face ao índice durante o grande rally do growth em 2020. “Mas o que a análise nos devolveu foi que a tecnologia e o consumo discricionário estavam a impulsionar os mercados de ações. Basicamente, eram seis as empresas que se moviam no rally”, conta a gestora.