Fevereiro foi marcado por uma elevada volatilidade nos mercados financeiros. Este ambiente acabou por influenciar as escolhas dos investidores e os fluxos de capital para determinados ETF.
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Fevereiro foi marcado por uma elevada volatilidade nos mercados financeiros, “impulsionada pela incerteza política nos EUA, as expetativas de cortes de juros pelo BCE, e as dinâmicas do setor de tecnologia”, explica João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa.
Este ambiente acabou por influenciar as escolhas dos investidores e os fluxos de capital para determinados ETF, refletindo uma abordagem tanto defensiva como estratégica. De facto, no Top do Banco Carregosa, o S&P 500 EUR Hedged que se encontra em primeiro lugar, sinaliza a preocupação dos investidores com a “eventual força relativa do dólar dos EUA e os impactos cambiais nas suas carteiras”. Além deste ETF, ainda figura entre os mais negociados o iShares MSCI World EUR Hedged. “A incerteza decorrente da política de tarifas dos EUA levou os investidores a procurar exposição global, mas mitigando o risco cambial”, afirma João Queiroz.
Investimento em ativos refúgio e em defesa
Os investidores também aumentaram as suas posições em ativos refúgio, com o iShares Gold Producers UCITS a registar um interesse sustentado, situando-se em segundo lugar. Já o iShares Global Infrastructure “beneficiou do interesse em ativos de longo prazo com fluxos de caixa previsíveis, à medida que a expetativa de cortes de juros alimenta a atratividade do setor de infraestruturas”, explica o profissional.
Em fevereiro, a defesa e o rendimento fixo surgiram como alternativas de baixa correlação. “Com as incertezas geopolíticas e o aumento das despesas militares anunciadas por vários países da NATO, o VanEck Defense UCITS atraiu investimentos significativo”, afirma João Queiroz. A necessidade de reforço das capacidades militares, somada ao apoio financeiro crescente à Ucrânia, “impulsionou a valorização de empresas do setor”, acrescenta.
Adicionalmente, no segmento de rendimento fixo, o iShares Lehman 20+ Year Treasury “refletiu a procura por alternativas num ambiente de yield em queda nos EUA, com as obrigações a 10 anos a atingirem 4,24% no final do mês”. Já o iShares Markit iBoxx High Yield foi impulsionado pela procura de remuneração com a yield mais elevada, face à possibilidade de uma política monetária menos restritiva nos próximos meses.
Obrigações destacam-se como a classe de ativos mais subscrita
No passado mês de fevereiro, as obrigações destacaram-se como a classe de ativos mais subscrita no Top 10 do Banco Best, após meses de domínio das ações, com o ETF Xtrackers iBoxx EZ Govt Bond Yield Plus, índice diversificado sobre yields de obrigações governamentais europeias, a liderar a preferência dos investidores.
Assim, afirma Ângelo Custódio, trader na entidade, “a subida das obrigações em fevereiro superaram os principais índices de ações, com as yields globais a ganharem momentum, tornando as obrigações uma escolha estratégica para investidores que procuram navegar pela complexidade dos movimentos das taxas de juro e pelo atual panorama geopolítico adverso”.
Desta forma, no ranking podemos encontrar os seguintes ETF: o Xtrackers iBoxx EZ Govt Bond Yield Plus UCITS e o iShares EUR Ultrashort Bond UCITS, que procuram acompanhar o desempenho de obrigações governamentais e corporativas denominadas em EUR, o iShares USD Treasury Bond 20+yr UCITS, que investe em obrigações governamentais americanas de longo-prazo; e o iShares Core Xtrackers II JAPAN Gov BOND, um índice sobre yields de obrigações governamentais japonesas.
Já nas ações encontramos as alternativas Vanguard S&P 500 Acc UCITS e Vanguard S&P 500 Dist UCITS, que procuram replicar a performance do índice S&P 500; o iShares Core MSCI World UCITS, com foco em ações de 23 países/economias desenvolvidos a nível mundial; e o iShares MSCI Canada UCITS, com foco no mercado canadiano e nas suas principais empresas, foram a escolha dos investidores.
“Destaque ainda para os mercados de ações na esfera asiática, com o Vanguard FTSE Japan UCITS, instrumento focado na exposição das principais empresas do Japão, e o Amundi MSCI Indonesia (Acc) UCITS, que procura replicar o mercado local, a demonstrar que a volatilidade sentida nos principais mercados levou os investidores a procurarem novas oportunidades”, acrescenta Ângelo Custódio.
ETF mais subscritos em fevereiro
Banco Carregosa | Banco Best |
S&P 500 EUR Hedged | Xtrackers iBoxx EZ Govt Bond Yield Plus UCITS ETF |
iShares Gold Producers UCITS | Vanguard S&P 500 Acc UCITS ETF |
iShares MSCI World UCITS | Vanguard FTSE Japan UCITS ETF |
iShares Core S&P 500 UCITS | iShares Core MSCI World UCITS ETF |
VanEck Defense UCITS | iShares USD Treasury Bond 20+yr UCITS ETF |
iShares MSCI World EUR Hedged UCITS | Vanguard S&P 500 Dist UCITS ETF |
iShares Lehman 20+ Year Treasury | iShares EUR Ultrashort Bond UCITS ETF |
iShares GLB INFRAESTRUCTURE | iShares MSCI Canada UCITS ETF |
iShares Markit iBoxx High Yield | Xtrackers II JAPAN Gov BOND UCITS ETF |
SPDR MSCI World UCITS | Amundi MSCI Indonesia (Acc) UCITS ETF |