O começo de 2025 trouxe uma reconfiguração significativa do ecossistema macroeconómico e financeiro, impulsionada principalmente por acontecimentos, como as tarifas de Trump, que podem alterar a abordagem em relação aos investimentos em ETF.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
O começo de 2025 trouxe uma reconfiguração significativa do ecossistema macroeconómico e financeiro, impulsionada principalmente por acontecimentos que podem alterar a abordagem estratégica em relação aos investimentos em ETF. Entre os principais fatores, destacaram-se as novas tarifas comerciais estabelecidas pelos EUA, a instabilidade no setor tecnológico, o fortalecimento do setor da defesa e o aumento da adoção de ativos alternativos, como o ouro e a bitcoin. “Os investidores do segmento de retalho mostraram preferência por ETF que capturam estas tendências e oferecem diversificação num cenário global desafiante”, acrescenta João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa.
Aversão ao risco impulsiona procura por ativos de refúgio
A decisão da administração norte-americana de aplicar tarifas de 25% ao México e Canadá, além de 10% sobre importações chinesas, foi um dos principais catalisadores de volatilidade nos mercados. “As consequências foram sentidas nas obrigações soberanas dos EUA, com yields de 10 anos a subirem para 4,58%, e no fortalecimento do dólar face ao euro”, explica o profissional do Banco Carregosa, acrescentando que “os ETF expostos a ações globais e setores estratégicos tornaram-se instrumentos-chave para diversificação e cobertura de risco”.
O Source S&P 500 EUR Hedged e o iShares Core S&P 500 UCITS , ETF em primeiro e terceiro lugar do Top 10, respetivamente, “destacaram-se pela perspetiva de resiliência da economia dos EUA e do seu mercado acionista com as apresentações de estimativas de receitas e de resultados do 4º trimestre a estarem alinhados com as melhores perspetivas, apesar das mais elevadas taxas de juro nos EUA e das incertezas políticas”, afirma João Queiroz. Além destes ETF, no ranking é ainda possível encontrar o iShares MSCI World UCITS e o SPDR MSCI World UCITS, que, segundo explica, “desempenharam um papel central na alocação global, permitindo capturar o desempenho de mercados desenvolvidos de forma ampla”.
Por sua vez, a aversão ao risco impulsionou a procura por ativos de refúgio, beneficiando o iShares Gold Producers UCITS, ETF em segundo lugar no ranking. “O ouro, tradicionalmente visto como uma ferramenta de hedge contra inflação e instabilidade, manteve-se preponderante, apesar de ajustes pontuais em reação à apreciação do dólar”.
Além destas temas, setor da defesa, a transição energética e a revalorização da energia nuclear como alternativa sustentável também registaram procura e os criptoativos consolidaram-se como uma componente cada vez mais relevante nas carteiras de investidores institucionais e individuais
Setor cripto entra diretamente no Top 10
No Top 10 do Banco Best, as ações foram a classe de ativos mais subscrita, com os índices norte-americanos, tal como nos ETF mais subscritos do Banco Carregosa, em destaque no mês, com o SPDR S&P 500 UCITS a voltar a liderar a preferência dos investidores.
Desta forma, os mercados americanos de ações estiverem em destaque, voltando a responder positivamente em janeiro face a um final de ano menos positivo. “O S&P 500 subiu 2.7% em janeiro, debatendo-se no início, mas recuperando durante o mês, à medida que os resultados das empresas foram sendo conhecidos e a política económica da administração Trump começou a ser rapidamente implementada”, explica Ângelo Custódio, trader no Banco Best. Neste sentido, o SPDR S&P 500 UCITS, o iShares Core S&P 500 (Acc) UCITS, e o Vanguard S&P 500 Acc UCITS, o iShares Core MSCI World UCITS e o SPDR MSCI World UCITS, o iShares NASDAQ 100 UCITS e o Amundi EURO STOXX 50 Daily 2x Leveraged UCITS foram a preferência no mês.
“Já nas obrigações”, conta o profissional, “as alternativas iShares USD Treasury Bond 20+yr – investimento em obrigações governamentais americanas de longo-prazo –, e o iShares JPM USD EM Bond EUR Hedged UCITS – exposição a obrigações de mercados emergentes–, foram a escolha dos investidores”.
Destaque ainda para o setor cripto, com o ETF iShares Blockchain Technology UCITS, instrumento focado na exposição global a empresas envolvidas na pesquisa, capacitação, desenvolvimento e implantação de tecnologias e aplicações de blockchain e criptomoeda, a entrar diretamente para o Top.
ETF mais subscritos em janeiro
Banco Carregosa | Banco Best |
Source S&P 500 EUR Hedged | SPDR S&P 500 UCITS ETF |
iShares Gold Producers UCITS | iShares JPM USD EM Bond EUR Hedged UCITS ETF |
iShares Core S&P 500 UCITS | iShares Core MSCI World UCITS ETF |
iShares MSCI World UCITS | SPDR MSCI World UCITS ETF |
Xtrackers MSCI World Financials UCITS | iShares NASDAQ 100 (DE) UCITS ETF |
SPDR MSCI World UCITS | iShares Blockchain Technology UCITS ETF |
Global X Uranium | iShares Core S&P 500 (Acc) UCITS ETF |
iShares Bitcoin Trust | Vanguard S&P 500 Acc UCITS ETF |
CoinShares Physical Bitcoin | Amundi EURO STOXX 50 Daily 2x Leveraged UCITS ETF |
VanEck Defense UCITS | iShares USD Treasury Bond 20+yr UCITS ETF |