ETF mais subscritos de janeiro: obrigações e commodities começam a ganhar interesse

“O primeiro mês de 2022 foi dominado pelas correções generalizadas com a Europa a destacar-se”, começa por mencionar João Queiroz, head of online banking do Banco Carregosa. Na verdade, este movimento de volatilidade começou no início deste ano, mas ainda se prolonga até à data de hoje.

Nas palavras do profissional, “a curva de rendimentos composta pelas diversas yields de soberanas dos EUA continuou o processo de horizontalização entre os dois e os 30 anos ao valor mais elevado desde inícios de 2020, reforçando a perspetiva de que a Fed será mais agressiva em face da persistente inflação, do aquecimento do mercado laboral e dos constrangimentos nas cadeias de logística”.

Face a este enquadramento, a direção de Investimentos do Banco Best revela que, em janeiro, o “Top 10 foi constituído com (apenas) cinco ETF que seguem índices de ações, um dos valores mais baixos dos últimos tempos”. Por outro lado, um cenário um pouco mais de tomada de risco encontramos no Top 10 do Banco Carregosa, uma vez que este é constituído por nove ETF que seguem índices de ações.

No Banco Best, encontra-se de facto procura por obrigações. Tal como referem: “Inclusivamente, um tema que nem sempre aparece e que é um ETF que segue um índice de obrigações, neste caso as treasury americanas com maturidades entre três a sete anos, com o iShares $ Treasury Bond 3-7yr UCITS ETF”.

Além disso, as commodities, cujo comportamento tem sido muito abordado e discutido entre os investidores, marcam presença no Top 10 do Banco Best “com quatro escolhas distintas sobre índices de commodities, duas sobre energia e duas sobre metais preciosos”, indicam. Mais especificamente, essas escolhas recaem sobre o gás natural, petróleo, prata e ouro. Neste sentido, a fim de seguir estes temas, os ETF procurados foram: o United States Natural Gas Fund, o United States Oil Fund, o iShares Silver Trust e o Invesco Physical Gold ETC.

Já as escolhas relativas a índices acionistas recaem sobre índices globais (ETF iShares Core MSCI World UCITS ETF e iShares Edge MSCI World Value Factor UCITS ETF), mas também se regista um enviesamento para a Europa (iShares STOXX Europe Mid 200 UCITS ETF) e empresas do mercado Suíço (Amundi MSCI Switzerland UCITS ETF). “Por último, e agora com um enviesamento para os EUA, podemos encontrar um ETF que segue o índice mais tecnológico, o Nasdaq (símbolo QQQ), com o ETF Invesco QQQ Trust”, afirmam da área de Investimentos do Banco Best.

As escolhas dos investidores do Banco Carregosa

João Queiroz sublinha ainda que “os mercados acionistas estiveram sob pressão vendedora e maior aversão ao risco, apenas momentaneamente aliviada durante as apresentações de resultados e perspetivas para 2022, mas os mercados de dívida que aparentavam maior tranquilidade e ainda funcionavam como ativos de refúgio, também se foram ajustando às perspetivas de aumentos no médio prazo”.

Ainda assim, as escolhas no Banco Carregosa incidiram maioritariamente sobre produtos que seguem índices de ações, com nove ETF deste género presentes no Top 10. Ações mundiais e norte-americanas foram as que suscitaram maior interesse por parte dos investidores, sendo que, a nível europeu, o interesse recaiu sobre o Boost LevDAX 3x Daily ETP, que procura refletir três vezes o comportamento diário do índice DAX. Neste contexto, a única exceção aos índices de ações é efetivamente o iShares USD TIPS UCITS ETF, que procura seguir o desempenho de um índice composto por obrigações soberanas americanas ligadas à inflação.

ETF mais subscritos de janeiro 2022