Além do passado mês ter sido positivo para os índices de ações, segundo João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, “o setor tecnológico continua mais rico, operando com elevados múltiplos de avaliação relativa”.
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Segundo João Queiroz, head of trading da entidade, “o mês de julho foi positivo para a maioria dos índices acionistas, embora com variações menores que o mês anterior, mas ainda assim a corresponder a um sinal muito forte”. Destaca o S&P 500, que registou o quinto mês consecutivo de valorização, e o Eurostoxx600. Já o índice DAX40, representativo da maior economia da zona euro, e a quarta mundial, terminou a renovar máximos históricos. “Quanto a setores, o tecnológico continua mais rico, operando com elevados múltiplos de avaliação relativa”, acrescenta.
Como já foi referido, no mês de julho foram apresentados os resultados e receitas do segundo trimestre, com a média das empresas a superarem as expectativas dos resultados (embora nas receitas a percentagem das empresas tenha sido inferior), “suportando assim os cenários de que as empresas conseguem conviver com taxas de juros mais elevadas e com inflação”, afirma João Queiroz.
“Os investidores continuaram a adicionar ações à exposição das suas carteiras, mas desde a maior queda da volatilidade, registada em julho, com queda dos prémios das opções, os investidores adicionaram ainda alocações de ETF, de metais preciosos e de Criptodivisas”, ou seja, o mercado continuou forçado a deter ações, mas compreendendo os riscos inerentes decorrentes da compra sistemática de ativos (com mais avaliações elevadas) que já se colocam novamente acima das médias de cinco e 10 Anos.
A incerteza centrou-se mais na China, que apresenta desempenhos dececionantes devido às “fracas variáveis macroeconómicas que continuam a sugerir a dependência de estímulos perante o abrandamento das exportações globais e da estagnação do consumo interno”, explica o head of trading do Banco Carregosa. Além disso, os desafios do imobiliário continuam a ter impacto na economia.
O forte início do segundo semestre também ficou marcado pela recuperação dos preços da energia, como os contratos do crude, cobre e trigo, ensombrando o cenário de desinflação que se vem gradualmente a instalar nas economias desenvolvidas.
Prospetivamente, o mês de agosto carrega uma maior probabilidade de correção e consolidação dos ganhos acumulados no ano, “mas sem inversão de tendência”, o que poderá ser lógico apresentar uma reação menos construtiva atendendo aos prémios que carregam. “Os robustos dados da economia dos EUA sugerem que a Fed em setembro poderá aumentar novamente os juros, enquanto os dados que dececionem, tenderão a beneficiar os ativos de risco, como as ações, pela probabilidade de pausar novas subidas ou mesmo terminar o ciclo”, conclui.