ETF mais subscritos de junho: preferência pelos mercados acionistas americanos

O mês de junho foi bastante forte para os mercados acionistas, sobretudo, para os índices dos EUA e do Japão. Principalmente quando se tornou mais evidente “uma tendência de queda da inflação, mas com perspetivas de persistência; o mercado de emprego laboral continuou a sinalizar uma grande robustez; e uma ausência de impacto no consumo e na despesa no segmento dos particulares, perante elevados juros”, afirma João Queiroz, Head of Trading do Banco Carregosa.

Desta forma, e mantendo também a tendência dos últimos meses, os ETF mais subscritos do mês do junho do Banco Best foram dominados pelos ETF sobre índices de ações. Rui Castro Pacheco, diretor de Investimentos da entidade, destaca em primeiro lugar dois índices mais globais e generalistas: o iShares Core MSCI World UCITS ETF e o Vanguard FTSE All-World UCITS ETF.

A um nível mais regional, registaram preferência pelos mercados acionistas americanos, ainda que com diferentes visões. “Se por um lado temos o índice americano mais geral, o S&P 500 com o iShares S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF, vemos depois soluções mais viradas para capitalizações menores, com os Invesco Russell 2000 UCITS ETF e iShares Russell 1000 Growth ETF”, afirma.

Nos mais temáticos, é possível encontrar procura por "utilities europeias, o setor dos semicondutores, o setor segurador europeu, as empresas com dividendos estáveis e ainda a energia verde", acrescenta o profissional.

“As subidas dos principais índices verificaram-se no S&P500 e NASDAQ100 com as sete mega-capitalizações tecnológicas a concentrarem os ganhos, o que coloca algumas carteiras defensivas perante uma Volatilidade VIX que registou mínimos de dois anos”, afirma João Queiroz.

A Europa continuou a debater-se com uma inflação mais elevada e heterogénea “em que prevaleceu um euro depreciado e com preços voláteis das mercadorias como o crude BRENT, com o cartel da OPEP+ (patrocinado pela Arábia Saudita e Rússia) a continuar a pressionar cortes na produção para sustentar elevados preços”.

Ainda assim, o espaço das cotadas de Crude & Gás Natural mantêm múltiplos de avaliação relativa abaixo das médias de cinco anos. “As exportações e as manufaturas europeias continuam frágeis o que acaba por não permitir obter uma saudável recuperação da economia da União Europeia”, acrescenta.

Apesar de intervenções pontuais nas políticas tributárias e fiscais, visando uma necessária estabilidade de preços, a inflação mundial continua a ser penalizada. “Os preços das mercadorias têm registado aumentos derivados do conflito na Europa a impactar a zona de plantio em termos mundiais e ainda de uma maior escassez decorrente de fenómenos climáticos”, afirma João Queiroz.

Estima-se ainda que o cenário poderá eventualmente agravar-se com o ressurgimento do El niño. Estes fenómenos de recorrência secular sugerem uma correlação direta com a maior pegada da população humana no planeta. “O ouro e a bitcoin (mais blockchain que cryptodivisa), parecem continuar a encontrar suporte e a beneficiar do tema e narrativa de inflação persistente quando se menciona juros elevados e por longo tempo”, conclui.

Os ETF mais subscritos do mês de junho