ETF mais subscritos de outubro: investidores preocupados com a acrescida volatilidade

Vimos recentemente que os fundos mais subscritos de outubro do Banco Best e do Banco Carregosa foram dominados pelos fundos de ações, com estes rankings a mostrarem também o elevado interesse dos investidores por tecnologia, commodities e gestão passiva. Neste artigo, olhamos para os ETF mais subscritos e para as tendências que se verificaram no mês de outubro.

Investidores preocupados com a acrescida volatilidade

Em outubro, os mercados financeiros globais apresentaram uma significativa volatilidade, “influenciada por diversos fatores macroeconómicos e microeconómicos”, explica João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa. Isto acabou por se refletir nos 10 ETF mais transacionados pelos clientes desta entidade durante o mês. 

Em primeiro lugar no ranking encontra-se um ETF que acompanha o desempenho de empresas produtoras de ouro. “O iShares Gold Producers UCITS ETF beneficiou do aumento do preço do ouro, impulsionado por incertezas económicas e geopolíticas”, afirma o profissional. Já o ETF em segundo lugar, o Source S&P 500 EUR Hedged, oferece exposição ao S&P 500 com cobertura cambial para o euro: “Apesar da volatilidade nos mercados acionistas dos EUA, a cobertura cambial ajudou a mitigar os impactos das flutuações do dólar, tornando-o atrativo para investidores europeus”, explica João Queiroz. 

A fechar o pódio está o Amundi CAC 40 ETF Acc que se foca nas principais empresas francesas. “Este ETF refletiu o desempenho do CAC 40, que foi influenciado por dados económicos mistos na zona euro e por políticas monetárias do Banco Central Europeu”.

Resumindo, os ETF mais subscritos em outubro refletiram as preocupações dos investidores com a acrescida volatilidade dos mercados, as políticas monetárias globais e as incertezas económicas, levando a uma procura por diversificação e cobertura cambial.

Ações voltam a dominar

Nos ETF mais subscritos do Banco Best as ações voltaram a dominar. Foram a classe de ativos mais subscrita, com especial destaque para os índices norte-americanos S&P 500 e Nasdaq. “No topo deste mês, o iShares Core MSCI World UCITS, uma opção mais generalista e global de ações, volta a merecer a preferência dos investidores que valorizaram a diversificação de setores e áreas geográficas”, afirma Ângelo Custódio, trader na entidade.

Os mercados americanos de ações estiveram, desta forma, em destaque. “Isto apesar do índice S&P 500 ter recuado cerca de 1% e o índice Nasdaq depreciado 0,85%, durante o mês de outubro”, afirma o profissional. A pressionar a economia americana estiveram os dados laborais: “Foram criados 12.000 empregos em outubro, o valor mensal mais baixo desde dezembro de 2020”, conta Ângelo Custódio. O profissional explica ainda que as divergências entre os indicadores económicos também pressionaram a economia norte-americana. “A inflação caiu enquanto a inflação subjacente aumentou, o ISM Manufacturing PMI diminuiu à medida que o PMI de Serviços subiu, e as taxas hipotecárias dispararam significativamente, isto perante um aumento significativo da volatilidade devido ao período eleitoral americano”. 

Assim, do lado das ações vemos a preferência por ETF com foco em ações de países desenvolvidos, por ETF que procuram replicar a performance do índice S&P 500 e com foco nas 50 maiores empresas em pagamento de dividendos na região Ásia-Pacífico. Já nas obrigações, foram as alternativas com foco em obrigações corporativas de high yield e que investem em obrigações governamentais americanas de longo-prazo que estiveram na mira dos investidores.

“Destaque ainda para o mercado sul-americano, com o iShares MSCI Mexico Capped UCITS, instrumento focado na performance dos principais títulos cotados no mercado do México, a demonstrar apetite por parte dos investidores por mercados emergentes”, conclui.

ETF mais subscritos em outubro