ETF mais subscritos em janeiro: índices de ações dominam, mas obrigações ganham terreno

Com o início de um novo ano e à semelhança dos outros meses, importa conhecer os ETF mais subscritos do mês de janeiro do Banco Carregosa e do Banco BEST. O arranque deste novo ano de 2023 foi considerado por João Queiroz “um dos mais robustos”, com o seu desempenho acumulado a anular a perda de dezembro de 2022. 

O head of Trading do Banco Carregosa afirma ainda que o mês de janeiro pode sinalizar “um maior potencial de recuperação com valorização dos ativos de risco” perante sinais de fadiga dos principais temas de 2022, como a inflação, a subida das taxas de juro e a recuperação do mercado laboral.

Assim, as alocações dos investidores e traders procuraram aproveitar a alteração do mercado, “que parece perspetivar mais uma suave aterragem da economia, perante uma hipotética desinflação, com yields das dívidas soberanas mais baixas, o dólar americano menos apreciado e as mercadorias abaixo da cotação média de 2022”, acrescenta, com destaque para o gás natural, que se encontra abaixo do primeiro semestre de 2021.

Apesar dos mais benignos dados macroeconómicos, e segundo João Queiroz, “as empresas continuaram a apresentar reduções nas contratações ou mesmo redução dos seus recursos humanos”, com as apresentações de receitas e resultados estimados a sugerir uma contração consistente com os rápidos aumentos de juros e redução da oferta monetária, “que tendem a afetar primordialmente o investimento, o consumo e a despesa, todavia muito longe de ser uma experiência aguda ou severa”, sublinha o head of Trading.

Com este excelente início do ano e com as ações e obrigações a contemplarem não só o fim do ciclo de subidas de taxas, como também a descida de juros entre o terceiro e quarto trimestre, os investidores tenderão a ser mais táticos, “gerindo os ganhos acumulados em janeiro, conjugando alocações em obrigações com duration de curto e longo prazo (estratégia barbell) e materiais preciosos, mantendo-se o processo de normalização da economia com juros a refletirem o possível equilíbrio e riscos de mercado”, conclui João Queiroz.

Por sua vez, Rui Castro Pacheco destaca que o Top 10 deste mês do Banco BEST é dominado por oito índices de ações, mas aparecendo também dois fundos de obrigações.

Estes dois índices de obrigações são a novidade do mês de janeiro e ambos são sobre índices americanos. “Mas o iShares iBoxx $ High Yield Corporate Bond ETF aponta para empresas com rating high yield, maior risco de crédito, e o iShares $ Treasury Bond 20+yr UCITS ETF EUR Hedged, aponta para a dívida governamental de longo prazo, menor risco de crédito, mas maior risco de variação de taxas de juro”, esclarece o diretor de Investimentos.

Quanto às ações, destacam-se os índices globais, em várias versões, que contam com quatro presenças no Top 10. Assim, e segundo Rui Castro Pacheco, pode-se então encontrar "os iShares MSCI World GBP Hedged UCITS ETF (Acc), iShares Core MSCI World UCITS ETF USD (Acc) EUR e iShares MSCI World EUR Hedged UCITS ETF (Acc) EUR, todos sobre o mais conhecido MSCI World, e o Vanguard FTSE All-World UCITS ETF USD Accumulation, sobre o FTSE All-World”.

Por fim, as outras quatro presenças são regionais e setoriais. Em termos de regiões, verificamos a “presença dos EUA com o seu índice mais generalista”, com o SPDR® S&P 500 ETF Trust. Em termos de setores, temos “os banco europeus”, com o Lyxor Index Fund - Lyxor Stoxx Europe 600 Banks UCITS ETF Acc, “as utilities europeias”, com o Lyxor Index Fund - Lyxor Stoxx Europe 600 Utilities UCITS ETF Acc e “as produtoras de ouro”, com o VanEck Gold Miners ETF.

ETF mais subscritos em janeiro