ETF mais subscritos em julho: S&P 500 dominou as escolhas dos investidores

Em julho a atividade resultou num verdadeiro turbilhão de eventos que afetaram de forma relevante o mercado global. Nos ETF mais subscritos de junho, o mercado americano S&P 500 mantinha o destaque que já tinha obtido também em maio. Em julho, essa tendência manteve-se novamente.

Ações foram a classe de ativos mais subscrita

Nos ETF mais subscritos do Banco Best, “as ações foram claramente a classe de ativos mais subscrita, com especial destaque para o índice americano S&P500 que contou com cinco ETF no Top”, relata Ângelo Custódio, trader na entidade. No entanto, o ETF em primeiro lugar no ranking é o iShares Core MSCI World UCITS ETF, uma opção mais generalista e global.

Olhando para as obrigações, “uma série de dados fracos do emprego americano aumentou os riscos de um hard landing nos EUA, o que levou as yields das obrigações a caírem vertiginosamente, aumentado a expectativa de corte nas taxas de juro”, explica o profissional. O ETF iShares Euro Government Bond 15-30yr UCITS ETF, com foco em obrigações governamentais europeias de longo-termo, e o ETF JPM BetaBuilders US Treasury Bond 0-1 yr UCITS, que investe em obrigações governamentais americanas de curto-prazo, foram a preferência do mês.

S&P 500 e mercado de ações na Europa em destaque

“Foi nos índices de ações que o S&P 500 dominou as escolhas dos investidores”, indica Ângelo Custódio. Os cinco ETF sobre o índice americano presentes no ranking são: o iShares S&P 500 Info Technology Sector UCITS, que se foca nas principais empresas do setor tecnológico; os ETF iShares Core S&P 500 (Acc) UCITS, iShares S&P 500 EUR Hedged (Acc) UCITS e Vanguard S&P 500 Acc UCITS ETF, que têm como intuito replicar a performance do índice norte-americano; e o SPDR S&P 500 UCITS ETF, que tem como objetivo investir em empresas de grande capitalização bolsista representadas no índice.

O profissional do Banco Best destaca ainda o mercado de ações na Europa, "com o ETF Vanguard FTSE Developed Europe UCITS ETF, focado em ações de média e grande capitalização bolsista em mercados europeus desenvolvidos, a demonstrar confiança dos investidores nas principais praças europeias".

ETF mostraram resiliência e adaptabilidade

Por sua vez, João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, afirma que os 10 ETF presentes no ranking “mostraram resiliência e adaptabilidade diante de um cenário mais complexo, com a desaceleração da inflação nos EUA a adicionar um alívio temporário e as tensões geopolíticas e a crise energética na Europa a continuarem a pesar sobre os mercados”.

No entanto, e apesar das notícias sobre a desaceleração da inflação nos EUA terem trazido alívio, também levaram a um acréscimo de estratégias financeiras. “O iShares Gold Producers UCITS”, conta o profissional, “registou um acréscimo de negociação com os investidores a procurarem refúgio com maior perceção de segurança perante uma incerteza global persistente”. Simultaneamente, relata também o profissional, “o iShares MSCI World EUR Hedged UCITS destacou-se pela sua capacidade de proteger os investidores das flutuações cambiais entre o euro e o dólar”, enquanto o iShares Automation & Robotics prosperava com empresas mundiais a manterem o investimento em tecnologia para aumentar a eficiência de custos.

O mercado americano e os serviços em nuvem

Nos ETF mais subscritos do Banco Carregosa, o mercado americano também é um dos principais temas. Em específico, o Source S&P 500 EUR Hedged, que oferece exposição robusta ao mercado americano com a vantagem adicional da cobertura cambial, “continua a observar forte procura enquanto a economia dos EUA mostrar resistência mesmo que mais apoiada na robustez do mercado laboral, agora mais relativo, e no setor tecnológico”, afirma João Queiroz.

Com o First Trust Cloud Computing UCITS ETF surge também o tema dos serviços em nuvem. Segundo o profissional, este ETF está “numa trajetória de crescimento, refletindo a transformação digital acelerada das empresas”.

Os restantes ETF presentes no Top 10 são: o iShares MSCI World UCITS ETF; o SPDR S&P500 ETF Trust e o Vanguard S&P 500, que, de acordo com João Queiroz, “estiveram numa acirrada concorrência, ambos refletindo a robustez do mercado americano e capacidade de reação"; e, por último, o Xtrackers MSCI World Financials UCITS ETF.