João Queiroz, do Banco Carregosa, e Rui Castro Pacheco, do Banco Best revelam as preferências dos investidores num mês em que o ouro negro esteve no topo das escolhas dos clientes.
Setembro contou com uma elevada volatilidade. Para João Queiroz, head of online banking do Banco Carregosa, um dos motivos foi, o facto de nos estarmos a aproximar das eleições presidenciais dos EUA numa altura em que “a margem de diferença entre os dois candidatos era praticamente idêntica à que se verificou em 2016, antevendo-se também um possível semelhante resultado”.
Além disso, o profissional explica que “os dados macroeconómicos alimentaram as perspetivas de uma recuperação gradual e sustentada nos EUA, mais acelerada na China, mas incerta e lenta na Europa enquanto a disseminação da pandemia continuava com valores elevados de crescimento nos EUA, India, Brasil e Rússia, embora já com alguma aceleração em outras geografias”.
Rui Castro Pacheco, diretor-adjunto do Banco Best, conta que em setembro registaram uma grande diversidade de ideias e temas no top de ETF mais transacionados. “Talvez a maior consistência seja a presença do petróleo com dois ETFs no TOP, com os investidores a acreditarem que o atual preço está historicamente baixo e investindo nos ETFs Invesco DB Oil e United States Oil”, explica. Na mesma linha, os clientes do Banco Carregosa também demonstraram interesse no ouro negro. Os investidores da entidade apostaram no ETFS Crude Oil, da WisdomTree.
“Olhando para os mercados acionistas americanos, vemos ideias opostas com a compra de posições longas, com os iShares S&P 500 EUR Hedged ETF Acc EUR e Vanguard S&P 500 UCITS ETF EUR, e a aposta ao mesmo tempo em posições curtas que possam beneficiar com alguma correção nos mercados, com o ProShares Short QQQ”, comenta Rui Castro Pacheco. O profissional refere ainda que na Europa também se assistiu “ao mesmo fenómeno com a preferência pelo iShares EURO STOXX 50 ETF EUR Dist para a exposição longa e pelo Xtrackers Euro Stoxx 50 Short Daily Swap UCITS ETF 1C para a posição curta”.
Tecnologia
João Queiroz explica que “as empresas tecnológicas continuaram a beneficiar de positivas perspetivas com promessas de alteração do seu enquadramento fiscal, mas com os marketplaces e os processadores (semicondutores) a manterem ganhos acumulados neste ano”. Talvez por isso e, tal como se tem verificado nos fundos mais subscritos, também os investidores de ETF tem mostrado interesse na tecnologia.
O diretor-adjunto do Banco Best conta que “este mês, os escolhidos foram dois ETF da ARK, o ARK Next Generation Internet ETF e o ARK Innovation ETF que procuram seguir as empresas de internet da próxima geração e as inovadoras, respetivamente”. Do lado do Banco Carregosa, a principal opção relacionada com a tecnologia foi a estratégia WisdomTree Cloud Computing Fund.