Analisadas as evoluções dos fundos perfilados defensivos e moderados, resta-nos perceber o comportamento dos produtos mais agressivos em termos de alocação. Que classes de ativos e geografias terão preferido?
Analisadas as evoluções dos fundos perfilados defensivos e moderados, resta-nos conhecer o comportamento dos produtos com o nível de risco mais elevado: os fundos agressivos. Utilizando dados da Morningstar Direct, de novembro de 2019, vamos fazer um exame aos movimentos deste tipo de produtos durante o penúltimo mês do ano e perceber que classes de ativos e geografias se terão destacado. Os fundos lançados durante o período em análise apenas são considerados nas médias três meses após o lançamento, como é o caso da gama de produtos da GNB que apenas será considerada na análise do mês de dezembro.
As negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos - que agora sabemos que culminaram já em janeiro deste ano na “fase 1” do acordo entre os dois países – “evoluíram positivamente no decorrer do mês de novembro”, explica Stefano Amato, gestor das duas gamas de fundos perfilados da Santander AM.
Nas palavras do profissional, novembro revelou ser uma altura em que “os ativos de risco, nomeadamente ações e crédito High Yield, aumentaram os seus ganhos anuais, enquanto a taxa de juro das obrigações soberanas e empresariais de rating elevado subiu, gerando uma performance negativa dos títulos, tendência que permanece desde agosto passado”.
No período em análise, através do gráfico acima apresentado, é possível depreender que a alocação a ações aumentou 1,32% fixando-se nos 63,76%, número que se traduz no valor mais alto verificado desde abril de 2019. O movimento contrário foi sentido pelo segmento obrigacionista uma vez que a alocação a esta classe de ativos diminuiu 1,08%.
Face à performance demonstrada pelos mercados em novembro, a equipa de gestão do Santander Select Dinâmico foi uma das que mais mexeu na carteira já que optou por reduzir a exposição a obrigações corporativas europeias, ações norte-americanas e de mercados emergentes e reinvestiu em ações europeias e globais.
Comparativamente a outubro, na componente de fixed income os valores por subcategoria mantiveram-se estáveis, tendo-se verificado apenas uma ligeira descida na alocação a obrigações corporativas.
Porém, vale referir que um dos movimentos que mais sobressaiu foi o facto de o Optimize Capital Reforma PPR/OICVM Agressivo, da Optimize IP, ter aumentado em 2,52% a alocação a obrigações soberanas, valor que alcançou os 26,85%.
Como podemos observar no gráfico acima, a alocação geográfica da componente obrigacionista não sofreu alterações significativas face a outubro. A maior oscilação foi verificada nas obrigações da Europa Desenvolvida que decresceram 0,58%.
No caso da componente acionista, “no mês, os índices de ações europeias fecharam positivos (Eurostoxx 50 2.8%), as praças americanas seguiram a mesma tendência (S&P500 3.4%) em contraciclo, os mercados emergentes (MSCI Emerging -0.2%)”, conta a equipa de gestão dos fundos Optimize Capital Reforma e Optimize Seleção.
Relativamente à alocação geográfica, os fundos da Caixa Gestão de Ativos, o Caixa Wealth Arrojado e o Caixagest Seleção Global Dinâmico, reduziram a alocação a ações norte-americanas em 5,70% e 5,10%, respetivamente. A equipa de gestão apostou na região Europa Desenvolvida, já que aumentaram a alocação em 4,92% e 3,43%, respetivamente.