Felix de Gregorio (Jupiter AM): “Tentamos ser diferentes. Somos uma casa de fundos especialistas”

Equipa Jupiter AM Ibéria
Equipa Jupiter AM Ibéria. Créditos: cedida (Jupiter AM)

Neste ano de 2024, completa-se uma década desde que a Jupiter AM entrou no mercado ibérico e oito anos desde que abriram formalmente o escritório na Península Ibérica, liderado por Felix de Gregorio desde 2021. A equipa de Vendas também cresceu na última década com Susana García, que se juntou com a aquisição da Merian Global Investors em 2020, Francisco Amorim e Adela Cervera. Além disso, em 2021, integraram Julian Dipp como responsável de Marketing.

A empresa britânica conquistou um lugar entre os grandes participantes internacionais da Península Ibérica com um ADN baseado na gestão ativa e distinta. Um dos seus selos de identidade é a independência das suas equipas de gestão. Não há uma visão da casa, porque cada equipa gestora tem a liberdade de investir com base nas suas convicções, que não coincidem necessariamente com os distintos fundos. “Tentamos ser diferentes. Somos uma casa de fundos especialistas”, explica Felix.

Além do Jupiter Dynamic Bond

Um exemplo perfeito desta filosofia de investimento unconstrained e sem olhar para índices de referência é o êxito que alcançaram com o Jupiter Dynamic Bond, que já se tornou na sua marca de referência. O fundo, liderado por Ariel Bezalel, com o apoio de Harry Richards, ganhou fama no mercado ibérico pela sua visão geralmente contrária ao consenso do mercado, o que lhes permitiu destacar-se com rentabilidades positivas em anos negativos para a maioria do mercado.

Agora, e tal como tem sido uma das prioridades nos últimos anos, o foco da gestora está em diversificar o seu negócio na Península Ibérica. Algo que vão conseguindo pouco a pouco. O Dynamic Bond já só representa entre 40-60% dos seus ativos na Península Ibérica, e têm 12 estratégias com património relevante na mesma. “A nível global, o grosso dos ativos da gestora está em ações, mas na Península Ibérica, é mais conhecido por ser uma casa de obrigações. Tomamos isso como uma vantagem, porque permitiu-nos iniciar conversações sobre outros fundos da nossa gama”, afirma Felix. 

Por exemplo, da sua gama, destacam o seu fundo de obrigações high yield, e identificaram interesse na Península Ibérica pelo seu fundo de CoCos e, sobretudo, pelos seus dois fundos de obrigações emergentes, o Jupiter Global Emerging Markets Short Duration e o Jupiter Global Emerging Markets Corporate Bond, gerido por Alejandro Árevalo.

Voltam os fundos de retorno absoluto

Outro dos segmentos onde identificaram apetite é nos alternativos líquidos de retorno absoluto/market neutral. O Jupiter Merian Global Equity Absolute Return Fund, herdado na compra da Merian, era outro dos fundos referência da gestora. Embora o fundo tenha descido bastante desde o pico do seu património depois dos anos 2019 e 2020 negativos, a médio prazo, a estratégia recuperou a rentabilidade, e já leva 12 trimestres em positivo, destaca Susana García. O fundo está a voltar ao radar dos distribuidores na Península Ibérica, comenta a especialista, e a empresa prevê que será uma área de importante crescimento para a gestora nos próximos meses. E, por último, nos últimos meses, detetou-se um especial interesse pelo seu fundo de ações indianas, o Jupiter India Select, pelo bom comportamento que tem tido recentemente. Especialmente em 2023, quando acabou entre os líderes da categoria.