Fidelidade quer “alavancar competências da gestão de ativos internas”

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A seguradora Fidelidade fechou 2020 com lucros de 222 milhões de euros. Nas informações que divulga ao mercado, Rogério Campos Henriques, CEO da entidade, destaca que foram “favorecidos pelo comportamento favorável dos mercados financeiros, especialmente no segundo semestre do ano”.

O ano de 2020 parece ter sido um ano de consolidação para a seguradora, mas também de mudança, como veremos mais à frente. A Fidelidade manteve-se líder no mercado português, com uma quota de 27,1%, que foi resultado do crescimento em duas frentes: ramo vida e não-vida.

Quota em unit-link aumenta

No segmento vida, os produtos financeiros marcaram fortemente o reforço de posição. No relatório e contas descrevem que reforçaram a quota de mercado em mais 2 p.p.  face ao ano de 2019. Um dos factores que influenciou este crescimento teve que ver com o “aumento da quota de mercado nos produtos Unit-Link de 5,8% em 2019 para 20% em 2020”.

No final de 2020, a entidade contabilizava mais de 470 milhões de euros afetos a Unit Linked, com a seguinte composição:  

Os ativos totais sob gestão da seguradora ascenderam a 17,4 mil milhões de euros no período, uma quebra de 4% face ao ano anterior.  Em termos de distribuição de ativos, os títulos de taxa fixa eram o grosso do investimento, cifrado em 13,1 mil milhões de euros, 75% do total. Os próprios apelidam a estratégia de investimento da gestora de “prudente”. Em 2020, adicionam, deram “continuidade à política de diversificação por classe de ativos e geografias, como forma de maximizar a rentabilidade com um adequado nível de risco face ao ambiente de reduzidas taxas de juro, tendo em consideração a otimização da estrutura de capital no âmbito do regime Solvência II”.

Alavancar gestão de ativos

Olhando para 2021, a seguradora revelou ainda um compromisso nas informações vigentes no relatório. Por um lado, indicam que deverão lançar “através do seu parceiro bancário e dos restantes canais de distribuição, soluções de poupança e investimento inovadoras”. Para tal, prosseguem, a Fidelidade irá “alavancar as competências de gestão de ativos internas que adquiriu ao longo de várias décadas a gerir as poupanças dos clientes e que reforçou com a aquisição da Tenax Capital, assim como as parcerias em vigor com instituições de gestores de ativos de relevância mundial”.

Segundo informações também do mesmo documento, foi em agosto de 2020 que a entidade entrou na estrutura acionista da Tenax Capital Limited, uma gestora de fundos inglesa, direcionada para seguradoras e bancos privados.