A empresa opta por assumir os custos derivados da análise com caráter retroativo, desde a entrada em vigor do MiFID II a 3 de janeiro do ano passado.
A Fidelity adiciona-se ao rol de empresas que assumiram os custos da análise externa, optando por não cobrar a nenhum cliente por este conceito, com independência do veículo de investimento, tipo de cliente (retalho, grossista, institucional) ou região. A empresa confirma agora a sua postura depois de vários meses de reflexão, análise interna e uma ampla ronda de conversações com os clientes.
É necessário esclarecer que a intenção inicial da empresa era aplicar um enfoque Research Payment Account (RPA), que consiste em pagar a provedores externos através de um orçamento adquirido por meio de uma comissão de análise, cobrada juntamente com as comissões por operações na contratação de fundos de ações. “Um elemento chave da nossa decisão inicial de aplicar o enfoque RPA era o nosso desejo que contar com um modelo que trate todos os clientes por igual, sem que importe se estão cobertos ou não pela normativa MiFID II. Este enfoque está em consonância com a nossa plataforma mundial de análise, sobre a qual assentam todas as nossas estratégias de ações”, explica Paras Anand, diretor de investimentos em ações da empresa na Europa.
Acrescenta que, com a maior parte da indústria a optar por assumir os custos, se a Fidelity não o fizesse acabaria por levar os “nossos clientes a sofrer, na maioria dos casos, consequências desproporcionadas a partir de um ponto de vista operativo e de informação”. “Estes desafios e ineficiências para os nossos clientes não eram o que tínhamos previsto, de maneira que decidimos passar o modelo de análise pago pela Fidelity, com efeito a partir de 3 de janeiro de 2018, quando o novo regime entrou em funcionamento”, acrescenta Anand.
Um modelo revolucionário
É o fim do processo iniciado no passado mês de outubro, quando a gestora comunicou a sua intenção de analisar em profundidade as distintas implicações para o seu negócio da introdução de MiFID e anunciou o seu plano de revolucionar a cobrança de comissões por gestão de alguns dos seus fundos. O novo modelo consiste na redução geral de uma comissão base anual de 0,10% para as classes de ações como comissão de gestão variável aplicadas à gama de fundos de ações de gestão ativa da Fidelity.
Neste caso, a ronda de consultas confirmou a decisão oficial da empresa sobre a aplicação de novos modelos de comissões: “Foi uma resposta positiva e um alto grau de aceitação do modelo de comissão de gestão variável por parte dos clientes atuais e mas também dos novos e desejamos lançar estas classes de ações em várias das nossas estratégias estrela”, afirma o diretor de investimentos em ações na Europa.
Anand defende que este modelo de comissões “oferece uma fórmula de remuneração simples e transparente que colocará em consonância a comissão da gestora com os resultados obtidos pelo cliente e, certamente, incentivará os investidores a apostar em estratégias ativas e avaliar os resultados em prazos mais longos”.