O Estado português foi hoje novamente ao mercado colocar um montante total de 1.750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro, acima do inicialmente previsto (1.250 a 1.500 milhões de euros), repartidos em duas emissões de 350 milhões de euros a 6 meses e de 1.400 milhões de euros a 12 meses. Ambas as taxas recuaram face às emissões comparáveis mais recentes, nomeadamente de -0,031% para -0,091% na primeira emissão, e para -0,047% de -0,007% na emissão a um prazo mais longo. A procura foi robusta, embora a mais curto prazo tenha superado a oferta em mais de três vezes.
Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa considera que “os dois leilões correram bem e os resultados são francamente positivos”, embora tratando-se de dívida de curto prazo lhes “retira grande significado”. Relativamente às taxas, o especialista aponta que a descida face aos últimos leilões é “resultado da descida de taxas desde a semana passada em toda a dívida soberana europeia”
De olhos postos no futuros, Filipe Silva destaca que “o mercado agora vai estar atento ao que se vai passar amanhã, na reunião do BCE, para saber se há alguma novidade em relação ao plano de compra de ativos e se, em face das melhorias quanto à inflação, se haverá algum “guidance” sobre as taxas de juro.”