Filipe Silva (Carregosa): “É expectável que se venha a assistir a um controlo das taxas de juro, por parte dos bancos centrais”

Portugal divida publica

A emissão sindicada desta quarta-feira, na qual foi emitida dívida a 10 anos no montante 4.000 milhões de euros, veio definir um novo benchmark para a dívida nacional. 

A procura foi intensa, com as ordens a superaram os 32,5 mil milhões de euros. “O cupão foi estabelecido na taxa mid swap do euro a 10 anos, que está nos 0,0166, adicionada de um spread de  28 pontos base, o que dá uma taxa final de 0,2998%”, aponta Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa

“Nas últimas semanas temos assistido a uma subida nas taxas da dívida soberana europeia, subida que também se fez sentir na curva portuguesa, no entanto, há um ano atrás numa emissão idêntica, Portugal emitiu com um cupão de 0,475. A subida que temos vindo a assistir nas taxas, bem como a reversão dos mínimos, que já tinham sido atingidos, acabam por refletir expetativas de uma melhoria na economia e possivelmente taxas de inflação mais elevadas. Apesar de tudo, é expectável que se venha a assistir a um controlo das taxas de juro, por parte dos bancos centrais.”

Apesar da recente subida nas yields de mercado, a verdade é que nos encontramos ainda perto dos mínimos históricos, num bull market de obrigações que se estende já para 40 anos. Estes níveis não auguram um futuro muito rentável para quem investe em obrigações, mas a verdade é que nas últimas duas décadas são vários os fundos de obrigações que ocupam os tops de rentabilidade e superam os fundos de ações, tanto em termos absolutos, como em termos ajustados ao risco, como se pode comprovar num artigo da FundsPeople